O presidente da Contag, Alberto Broch, e a vice-presidente, Alessandra Lunas, participam, entre 16 e 18 de novembro, da Cúpula Mundial das Nações Unidas sobre Segurança Alimentar, em Roma, Itália. Eles fazem parte da delegação brasileira, que será chefiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contará também com a presença de ministros de Estado. Durante o encontro, que reunirá chefes de Estado de diversos países, pretende-se construir um acordo para a implementação de políticas públicas que garantam o direito à alimentação das populações. A meta é acabar com a fome no mundo até 2025. Nos três dias serão debatidos temas como: os impactos da crise econômica para a segurança alimentar, reformas governamentais mundiais, mudanças climáticas, desenvolvimento rural e comércio internacional. Alberto Broch considera que a cúpula é importante para mostrar a experiência brasileira e destacar a importância do protagonismo de agricultores e agricultoras familiares no contexto das políticas de segurança e soberania alimentar do País. No entanto, o dirigente manifesta preocupação com as notícias publicadas na mídia sobre as intenções do governo federal de suprimir o conceito da agricultura familiar da legislação ambiental, justamente às vésperas da reunião de Roma. “Não podemos aceitar esse retrocesso, pois isso pode enfraquecer o modelo de produção agropecuário baseado nas unidades familiares e comprometer a produção de alimentos no Brasil”, adverte. De acordo com a vice-presidente e secretária de Relações Internacionais da Contag, Alessandra Lunas, a agricultura familiar também será tema de discussão, já que uma das pautas mais importantes é o investimento na produção de alimentos. “Se queremos matar a fome no mundo é preciso produzir alimentos; e para produzir alimentos é preciso políticas públicas que fortaleçam quem é capaz de produzi-los”, diz. Em 1996, quando se calculava que esse número fosse de 830 mil pessoas, os governos se comprometeram, durante a Cúpula Mundial da Alimentação, a reduzir esse número pela metade até 2015. A situação, porém, tem se agravado a cada ano. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), existem no mundo, hoje, mais de um bilhão de pessoas em situação de fome. Fórum paralelo Ainda em Roma, haverá, entre 13 e 17 de novembro, o Fórum pela Segurança Alimentar dos Povos, atividade alternativa à cúpula, que terá a presença de organizações da sociedade civil de 70 países. No encontro, serão discutidos a relação entre população urbana e rural, acesso aos recursos naturais e à terra e direitos igualitários de acesso à terra por homens e mulheres. O fórum será também um espaço para se conhecer a situação de fome nos países e as políticas que pretendem acabar com a insegurança alimentar. Iara Balduino, Agência Contag de Notícias FONTE: Iara Balduino, Agência Contag de Notícias