Logo após a abertura do Seminário Nacional sobre Assalariamento Rural no Brasil, que acontece na sede da CONTAG entre hoje e quinta-feira, foi apresentado o 1º Painel, que teve como tema o perfil do trabalhador(a) assalariado(a) no Brasil, a atual conjuntura e os desafios e perspectivas da categoria. O primeiro momento da apresentação foi feito pelo técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Júnior César Dias, que levou ao seminário os dados mais recentes sobre os assalariados(as) brasileiros , levantados pela última Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2012. Com o intuito de identificar e conhecer de forma geral esse público, as informações iam desde faixa etária e tipo de ocupação a nível de escolaridade, rendimento mensal e associação a sindicatos. Os dados revelam, entre outros dados preocupantes, que apenas 40% dos assalariados brasileiros, que são ao todo, atualmente, cerca de 4,1 milhões, possuem carteira assinada, estando todo o restante em situação de informalidade. Júnior trouxe ainda dados complementares que serão trabalhados ao longo do seminário, como o número de intoxicações registrados oficialmente nos últimos anos (cerca de 6 mil casos) e número de resgates de trabalhadores(as) em situação análoga a escravidão (46.588 resgatados entre 1995 e 2006). Em seguida, o diretor técnico do DIEESE, Clemente Ganz, levantou questões sobre aspectos conjunturais e perspectivas futuras. Clemente instigou os presente a pensar na distribuição da renda gerada pelo trabalho na agricultura, da qual grande parte fica com os empresários e apenas uma pequena parcela é utilizada para o pagamento do salários dos empregados e empregadas, que na verdade são os que realmente produzem a riqueza. Ele também destacou a agricultura familiar como setor estratégico para o mundo, diante principalmente da segurança e soberania alimentar. Sobre isso, ele afirma: “Para não ser engolida pelo agronegócio nesse setor, que participa ativamente da economia brasileira, a agricultura familiar precisa de muita produtividade, com qualidade, sem agrotóxicos e aditivos, entre outros aspectos observados ao se falar de qualidade de alimentos”. Assuntos como a mudança no pensamento das gerações de assalariados(as), o aumento da participação da mulher e o aumento da tecnologia, entre outros, também foram abordados por Clemente. O 2º painel acontece agora, na parte da tarde, e é voltado para a saúde dos trabalhadores(as). As apresentações são sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos e o impactos causados por ele, feita pelo Dr. Pedro Serafim, procurador do Trabalho e coordenador do Fórum Nacional de Combate aos Impactos do Agrotóxico, e o trabalho exaustivo no campo, apresentado pelo Dr. Ubiratan de Paula, médico da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Para organizar o debate, a presidente do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro Souza. FONTE: Imprensa CONTAG - Gabriella Avila