Vários estados brasileiros realizaram no mês de junho as Conferências Regionais de Políticas para Mulheres, organizadas pela Secretaria Nacional de Política para as Mulheres. Movimentos femininos da sociedade civil, instituições governamentais e não governamentais de todo Brasil se organizam para participarem da Conferência Nacional que acontecerá entre os dias 17 e 20 de agosto, em Brasília. A coordenadora de Mulheres da Contag e vice-presidente da CUT, Carmem Foro, representou as rurais nas Conferências Regionais.
Na pauta de discussões estava a avaliação do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, formulado em 2004. Neste ano, as entidades que participam das conferências consolidam propostas que já existiam e constroem outras como valorização do trabalho e do salário mínimo, direitos políticos e reprodutivos. "Para nós, participar das conferências estaduais, é poder colocar no Plano Nacional do governo brasileiro, as questões das trabalhadoras rurais", explicou Carmem Foro em entrevista. Ela ressaltou ainda que os temas com os quais as trabalhadoras rurais têm convivido, muitas vezes não têm ressonância nas formulações de políticas públicas para as mulheres.
Carmem foro defende que as trabalhadoras rurais têm força política e precisam reivindicar seu espaço para que as políticas públicas cheguem ao campo. É por isso que, nessas discussões, as rurais querem debater temas que também fazem parte da pauta de reivindicações da Marcha das Margaridas, como democratização dos recursos naturais e agroecologia. "Participar da construção de um Plano Nacional de Política para as Mulheres é verdadeiramente ter a clareza de que esse plano deve incluir todas as trabalhadoras", disse Carmem Foro.
A coordenadora de Mulheres da Contag aproveitou o espaço das conferências para divulgar a Marcha das Margaridas 2007 e seu significado. "O texto do Plano Nacional é muito bom, mas, é preciso que as mulheres não percam de vista que tudo que nós conquistamos foi preciso mobilização, foi preciso ir às ruas, e a Marcha das Margaridas acontece com esse significado político". A mobilização acontece nos dias 21 e 22 de agosto, na capital federal, um dia depois da Conferência Nacional de Política para as Mulheres.
Fonte: Emmanuelle Nunes
Agência Contag de Notícias