Rogério de Oliveira Dias foi condenado a 16 anos de prisão em regime inicial fechado por participação na morte do ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Rondon, sudeste do estado do Pará, José Dutra da Costa (Dezinho). O crime foi há 22 anos.
A sentença saiu nesta terça-feira (13 de dezembro de 2022), após Rogério ter ido a júri popular no Tribunal de Justiça do Pará, onde a maioria decidiu NÃO absolver o acusado pelo crime.
“Finalmente a justiça foi feita, e foi condenado o articulador Rogério de Oliveira Dias que contratou o pistoleiro para assassinar o dirigente sindical Dezinho. Essa condenação representa uma vitória da resistência e luta pela reforma agrária. Seguiremos sempre firmes em defesa dos interesses dos povos do campo, da floresta e das águas”, pontua o secretário de Formação e Organização Sindical da CONTAG, o paraense Carlos Augusto Silva (Guto).
A viúva do sindicalista Dezinho, Maria Joel Dias da Costa, conhecida como Joelma, hoje, vice-presidente e secretária de Mulheres do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Rondon, falou que apesar de mais um momento de tristeza ao reviver a história do assassinato do companheiro, esse também é um dia para reafirmar a importância da luta feita diariamente pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais.
“A reforma agrária para nós é uma luta constante, pois é um projeto viável para o homem e para a mulher do campo. Então a gente sai desse júri popular com grande esperança de que a nossa missão enquanto sindicalista não é vão”, desabafa Joelma.
Joelma acompanhou o julgamento com uma delegação organizada pela Federação do Pará (FETAGRI-PA), com cerca de 50 dirigentes sindicais que mais uma vez vieram dar apoio e defender o legado do sindicalista Dezinho. Além da FETAGRI-PA, também estiveram presentes representantes de várias organizações e movimentos sociais do Pará.
“A prisão do intermediário Rogério, não trará Dezinho de volta, mas nos diz: a nossa resistência vale a pena e a paz no campo se dará a partir da luta das entidades sindicais e dos movimentos sociais. Pedimos que o Estado brasileiro não permita que esses crimes fiquem impunes”, afirma o secretário de Política Agrária da FETAGRI-PA, João de Jesus Sousa (João do PT).
Rogério, quinta pessoa julgada no caso, foi capturado em Minas Gerais em agosto de 2020. Há ainda um sexto acusado, que permanece foragido.
Pela memória de Dezinho, o Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e CONTAG) seguirá na luta pela reforma agrária, por justiça e pela paz na região Amazônica e em todo o campo brasileiro.
Dezinho, presente!
FONTE: Comunicação CONTAG- Barack Fernandes
Informações FETAGRI-PA - Max