Nesta semana, entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro, a CONTAG recebeu em sua sede duas oficinas sobre temas essenciais para o debate na atual conjuntura. A “Oficina Nacional sobre Degradação Ambiental: Impactos na Agricultura Familiar e nos Territórios” foi organizada pela Secretaria de Meio Ambiente da CONTAG, e propõe um debate estratégico sobre o enfrentamento à devastação do meio ambiente e o desenvolvimento rural sustentável nos territórios com a perspectiva do cuidado ambiental.
Já a “Oficina de Articulação entre Movimento Sindical e Cooperativas da Agricultura Familiar para Incentivar e Fortalecer a Organização da Produção e Acesso aos Mercados” foi coordenada pela Secretaria de Política Agrícola, e abordou questões focadas no aperfeiçoamento da produção, como ATER, máquinas e equipamentos, e outros temas pertinentes.
As duas compartilharam a programação dos dias 30 e 1º de novembro, que conta com apresentação de painéis sobre os impactos das mudanças climáticas na produção de alimentos, e também sobre plano de transição ecológica, ambos no contexto da Agricultura Familiar.
“É importante juntar as pautas, e entender que não se produz alimento sem preservação, e a agricultura familiar não se sustenta só pela preservação ambiental. É preciso alinhar essas agendas”, explicou a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Paula Bonetti. E Vânia Marque Pinto complementa: “Temos observado que já não dá pra discutir as questões agrícolas sem discutir as ambientais, e vice-versa”.
O primeiro dia contou com um momento marcante, com a assinatura do Termo de Cooperação Técnica entre CONTAG e o Observatório do Clima. Este convênio prevê acesso da Confederação ao que o Observatório possui de conhecimento e tecnologia para empoderar os agricultores e agricultoras familiares sobre e agenda climática e para as construções das políticas que vão diminuir as emissões de carbono do Brasil.
Houve ainda a participação do governo federal na abertura da atividade, com representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). E ainda a participação da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidárias (Unicafes), grande parceira da CONTAG.
Atividades específicas
O segundo dia de oficinas, 31, ficou para que cada Secretaria realizasse seus debates específicos, com os membros de seus Coletivos Nacionais, compostos por dirigentes das Federações de todo o Brasil. Na reunião da Política Agrícola, por exemplo, os debates do dia foram voltados para temas como assistência técnica, crédito, habitação rural, questões ambientais associadas a produção agrícola e como a agricultura familiar pode produzir de forma saudável. Além de aprofundar nas questões que foram abordadas pelos(as) participantes das oficinas regionais que a secretaria realizou no último trimestre, com o tema da organização da produção e acesso aos mercados”.
Na reunião do Meio Ambiente, foram abordados o envolvimento da agricultura familiar em políticas como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), e a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que está ligada às metas de redução de emissão de carbono pelo Brasil. E também foram tratados aspectos produtivos, como uso de máquinas agrícolas adaptadas à agricultura familiar, além de um trabalho de planejamento sobre os temas prioritários para a pasta.
A avaliação das oficinas foi muito positiva por parte das duas secretárias. “Foi muito aprovada por nossa base essa junção de temas, que já tinha sido realizado ano passado, também com êxito. As pessoas que participaram saíram satisfeitas com a programação, com o tempo que dedicamos aos temas e com a forma que conduzimos, e também ficamos felizes com o resultado que conseguimos alcançar. E com muitas tarefas para o próximo ano, muitos desafios que nos comprometemos a trabalhar pra dar conta das demandas que nossa base traz pra gente”, comenta Vânia.
Sandra destacou a participação do governo e o envolvimento das Federações. “A participação dos Ministérios valorizou bastante nossa agenda, e mostra nossa força e articulação. Já os estados estavam muito participativos e propositivos, e isso faz diferença para que façamos com que a agenda ambiental faça parte da agenda sindical, pois ela nem sempre foi prioridade, mas estamos percebendo que elas está sendo vista como mais importante pelo Movimento, sendo mais incorporada por nossos(as) dirigentes”, afirmou a secretária de Meio Ambiente.
Fonte: Comunicação CONTAG - Gabriella Avila