Foram distribuídas no município de Crato, no Ceará, mais de 14 toneladas de sementes híbridas de milho e feijão. Mas, há cerca de duas semanas, começaram as reclamações em relação à falta de germinação das sementes. O Diário do Nordeste, na edição do dia 3 de março, divulgou o problema das sementes estragadas, que segundo agricultores, não germinaram.
A direção do sindicato dos trabalhadores rurais de Crato decidiu primeiro ir às localidades e só depois levar o resultado para a Ematerce. Enquanto isso, alguns agricultores se dirigiram diretamente ao escritório. Segundo o secretário de políticas agrícolas e agrárias do sindicato, Dalmir Brasil, as localidades mais atingidas são de Baixio das Palmeiras, Dom Quintino e Ponta da Serra. Alguns pequenos produtores chegaram a plantar as sementes de milho híbrido mais de uma vez e o mesmo problema se apresentou repetidamente. Oito dos agricultores foram à sede da Ematerce dar queixa do problema. E hoje, a maioria dos agricultores prejudicados devolveu as sementes à empresa.
A distribuição das sementes começou no início do mês janeiro, período em que se intensificaram as chuvas. Mais de 30 mil agricultores foram beneficiados em toda a região. Após um período de estiagem, voltou a chover praticamente por todo o mês de fevereiro.Foi nessa fase, conforme Dalmir Brasil, que os agricultores aproveitaram para plantar as sementes do programa. "O plantio ficou praticamente perdido para alguns pequenos produtores. A sorte é que a maioria decidiu usar a semente crioula", explica.
Até o momento não se tem idéia de quantos agricultores receberam sementes dos lotes prejudicados. O gerente do escritório em exercício da Ematerce do Crato, José Antônio Moliterno, comunicou ao setor de distribuição de sementes de Fortaleza o problema em dois lotes de milho híbrido.
O pequeno produtor rural José Salviano da Silva, do Baixio das Palmeiras, sítio a 11 quilômetros do município de Crato, se diz decepcionado. A informação que ele tinha das sementes de alto poder germinativo não vingou na sua roça. Foram 40 quilos de milho híbrido perdidos, distribuídos em mais de dois hectares. As sementes foram plantadas, conforme o agricultor, no dia 15 de fevereiro, para aproveitar a melhor fase invernosa da região até o momento. "Não foi por falta de chuva. Depois de três plantações é que começou a nascer alguma coisa", conta Salviano. Mas as sementes crioulas deram o resultado.
Mais informações:Sindicato dos Trabalhadores Rurais do CratoFones: (88) 3523.3809/ FONTE: Assessoria de comunicação Fetraece