Foto: Marcos Vinícius
Aprovada por 2 mil pessoas participantes do evento, de todos os estados do Brasil, e lida pela secretária de Mulheres da CONTAG Mazé Morais, a carta apresenta denúncias contra a violência e o autoritarismo do latifúndio e de projetos do grande capital, que exploram a natureza de forma predatória para a produção de commoditties.
Foto: Marcos Vinícius
O documento evidencia, ainda, as lutas e as conquistas dos movimentos social e sindical, redes, articulações e organizações do campo e da cidade, além da diversidade das práticas agroecológicas.
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Foto: Marcos Vinícius Na Plenária Final do IV ENA também foram apresentadas moções de repúdio e de solidariedade e cartas das mulheres, das juventudes e dos povos indígenas e quilombolas.
Foto: Barack Fernandes O IV ENA contou com a colaboração direta das secretárias da CONTAG de Mulheres Mazé Morais, de Meio Ambiente Rosmari Malheiros, de Jovens Mônica Bufon, da coordenadora da CONTAG na Regional Sudeste Alaíde Bagetto e das Federações que integram o sistema CONTAG.
Foto: Lorena de Freitas AVALIAÇÃO “O ENA fica na história como espaço de resistência e luta protagonizado principalmente pelas mulheres. Dentro de tantos momentos importantes que participamos no IV ENA, deixo registrado: a chamada à Marcha das Margaridas 2019 e o lançamento da publicação: MULHERES E AGROECOLOGIA E A AGROECOLOGIA NA VIDA DAS MULHERES - MAPEANDO EXPERIÊNCIAS, que traz 63 experiências agroecológicas das mulheres rurais. Portando, enquanto CONTAG vamos aprofundar ainda mais o tema como ação estratégica fundamental do conjunto do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR)”, ressalta a secretária de Mulheres da CONTAG Mazé Morais.
Foto: Barack Fernandes
“A CONTAG esteve presente nas oficinas, seminários, na Marcha pelo centro de Belo Horizonte, e contrbuindo com a leitura da carta final do IV ENA. Isso mostra o nosso compromisso com uma agricultura sustentável e em respeito aos bens naturais, pois só desta forma teremos uma alimentação saudável que garanta vida à população. Também saímos daqui com laços ainda mais fortalecidos na defesa dos povos guardiões da "mãe terra" (indígenas, quilombolas e de todos os povos tradicionais). O IV ENA nos afirma: é possível produzir e alimentar o Brasil sem agredir a natureza”, destaca a secretária de Meio Ambiente da CONTAG Rosmari Malheiros.
Foto: Barack Fernandes “O IV ENA foi um espaço de muitos debates, experiências, informações, diversidade, construção coletiva e de juventudes. Dentre tantos momentos e vibrações positivas, destaco a participação de mais de 500 jovens que durante os 4 dias debateram sobre o nosso protagonismo na defesa da agroecologia e da democracia. Para nós existe uma relação direta entre a preservação ambiental e a permanência das(os) jovens no meio rural, ou seja, se queremos garantir a sucessão rural é preciso proteger os recursos naturais”, afirma a secretária de Jovens da CONTAG Mônica Bufon.
Foto: Marcos Vinícius Vale ressaltar que o IV ENA foi espaço de compartilhamento de saberes construídos ao longo dos inúmeros encontros preparatórios realizados em diversas localidades do Brasil. Momentos de mobilização que contribuíram para fortalecer as articulações e redes locais, estaduais e regionais de agroecologia, convergindo para uma mesma direção: a democracia e o bem viver.
Foto: Marcos Vinícius IV ENA – ENCONTRO NACIONAL DE AGROECOLOGIA A convocação do IV ENA foi feita pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), uma rede nacional formada por organizações, redes regionais e movimentos sociais do campo, da floresta, das águas e das cidades de abrangência nacional e regional, juntamente com fóruns e outras articulações, fruto de dinâmicas de construção de diálogo e convergência na perspectiva da agroecologia com o feminismo, a soberania e segurança alimentar e nutricional, saúde coletiva, economia solidária, direito à cidade e justiça ambiental, com o objetivo principal de reafirmar os sentidos da democracia e situar a agroecologia no campo de disputa por uma nova sociedade e promover um diálogo entre campo e cidade.
Foto: Marcos Vinícius Por isso, foram sentidos políticos do IV ENA: → Visibilizar a disputa de projeto de sociedade e as importantes lutas que acontecem cotidianamente nos territórios, evidenciando a ação dos sujeitos que praticam a agroecologia como construção de proposta de um campo contra hegemônico; → Revigorar o movimento agroecológico, acenando para o papel protagonista das mulheres, das juventudes, dos sujeitos coletivos das florestas, das águas, dos campos e das cidades; → Aprofundar o que se entende por conexão cidade e campo, ou seja, olhar para a cidade como território, conhecer o que significa agroecologia “da” e “na” cidade, e ressignificar o direito à cidade; OS OBJETIVOS Nesse contexto, animam-nos os seguintes objetivos: → Apresentar para amplos setores da sociedade experiências do campo, das florestas, das águas e das cidades que mostram os múltiplos benefícios da agroecologia: produção de alimentos saudáveis; recuperação e conservação de fontes de água, da biodiversidade, das florestas e dos solos; democratização do uso da terra; geração de trabalho digno e renda; valorização das identidades e das culturas representadas pela diversidade dos sujeitos; → Manifestar posicionamento crítico e denunciar o desmonte das políticas públicas e violação dos direitos, conclamando setores urbanos a se engajarem na defesa de políticas e ações públicas para a Reforma Agrária, defesa dos territórios dos povos e comunidades tradicionais e nas cidades, assim como o fortalecimento da agricultura familiar e camponesa e dos coletivos urbanos que praticam a agroecologia; → Estreitar laços e ampliar alianças do movimento agroecológico com redes, fóruns e movimentos sociais que interagem com a perspectiva agroecológica, afirmando valores emancipatórios para a vida das mulheres, contra o machismo e o patriarcado, em favor dos direitos das juventudes, contra o racismo e o etnocídio, e avançar no diálogo sobre a agroecologia e a função social das cidades. → Aprofundar o debate sobre os sentidos estratégico e político da comunicação e da cultura, no contexto de hegemonia das corporações da comunicação e de ofensiva conservadora em relação à cultura, e afirmar a comunicação e a cultura como direitos sem os quais a democracia é ameaçada pela impossibilidade da multiplicidade de vozes e a agroecologia não alcança na plenitude o seu potencial transformador.
FONTE: Comunicação CONTAG- Barack Fernandes