Superando as expectativas, 160 pessoas ligadas ao setor canavieiro de Goiás se reuniram nos dias 23 e 24 de março para realizar o fechamento de pauta para o início de negociação coletiva. Decisões importantes para a categoria foram tomadas que agora serão levadas à mesa de negociação com o sindicato patronal provavelmente no dia 9 de abril. Durante a abertura da reunião, o diretor de Assalariados da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás, José Maria de Lima, falou da importância da união dos trabalhadores e trabalhadoras para os avanços da qualidade de vida no trabalho e também da sua satisfação ao ver o auditório lotado. “Essa é uma fase importante e democrática. Sabemos que fazer a convenção coletiva não será fácil, mas com união vamos avançar ainda mais”. Após a realização de 36 assembleias com os trabalhadores de diversas usinas sucroalcooleiras, surgiram muitas propostas. A maioria das cláusulas da Convenção anterior foi mantida, contudo, pontos considerados importantes para os canavieiros foram acrescidos. Propostas Dentre as propostas, ficou definido o reajuste de 20,1% sobre o piso salarial. Levando em conta que, segundo o DIEESE, 87% do plantio está mecanizado, para o serviço manual restou apenas o corte mais difícil (locais de brejo, beira de estradas, etc.) reduziu significativamente o ganho dos trabalhadores. Com a aprovação deste reajuste, o piso salarial ficaria em R$ 880,00. Outras reivindicações foram feitas, como garantia de alimentação gratuita e de qualidade; pagamento de 2 horas in intinere (tempo de transporte); fornecimento de 2 uniformes e 2 botinas; dar preferência aos trabalhadores já contratados nos casos de promoção e ocupação de função especializada; garantir o quinquênio; dentre outras coisas. Contexto Durante a Assembleia Estadual do Setor Canavieiro de Goiás, o presidente da Fetaeg, Elias D’Angelo Borges, (eleito diretor de Assalariados da Contag a partir de abril deste ano), pediu empenho dos trabalhadores para a negociação deste ano e apontou as dificuldades que podem ser enfrentadas. Neste sentido, seu discurso foi corroborado pelo atual diretor de Assalariados da Contag, Antônio Lucas Filho, e ainda relembrou o anúncio da presidenta Dilma que institui a Política Nacional para os Trabalhadores Rurais Empregados (PNATRE). “Sabemos que nada impede o trabalhador quando ele quer. Agora é possível conquistar mais, mas precisamos nos unir para ajudar a construir essa Política na lógica do trabalhador”, convocou. Colaborando com o debate, a assessora econômica do DIEESE, Leila Brito, ressaltou a importância em se preparar os argumentos e lidar com os dados apresentados pela instituição. “Boa negociação se faz com bons argumentos e com a força da categoria. O DIEESE dá as informações e os trabalhadores entram com a pressão”, afirmou. Além disso, Leila apresentou a conjuntura do Setor Sucroalcooleiro de 2013, que mostra que o estado de Goiás é o maior produtor de cana de açúcar do centro-oeste e está acima da média nacional, com 258,5 mil por hectare. Presenças A importância desta discussão foi comprovada pela participação massiva dos cortadores de cana; de dirigentes sindicais de diversas regiões do estado; do diretor de Administração e Finanças da Fetaeg, Alair Luiz dos Santos; da diretora de Políticas Sociais da Fetaeg, Sueli Pereira e Silva; da Secretária de Saúde da CUT-GO, Terezinha de Jesus Aguiar; e a agente educadora popular da CPT, Francisca Marta Jacinto. Contato: José Maria de Lima (diretor de Assalariados da Fetaeg) - (62) 8118-3936 FONTE: Imprensa FETAEG - Milene Creti