As negociações da pauta de reivindicações do Grito da Terra Brasil retomaram na manhã desta terça-feira (22 de maio). O Ministério da Integração Nacional recebeu a comissão de negociação composta pela vice-presidente e secretária de Relações Internacionais da CONTAG, Alessandra Lunas, e pelos secretários de Finanças e Administração, Aristides Santos, de Políticas Sociais, José Wilson, de Meio Ambiente, Rosicléia dos Santos, e da Secretaria Geral, David Wylkerson, além da assessoria, de representantes da Regional Nordeste e de várias FETAGs.
Os principais pontos debatidos foram a seca no nordeste e sul e a enchente no norte do país. Segundo Alessandra Lunas, os efeitos das mudanças climáticas tornaram-se um forte desafio para o governo brasileiro. “É necessária a construção de uma agenda para a Amazônia a partir de um fórum de discussões com a participação do governo e da CONTAG, tendo como objetivo diminuir os impactos”, propõe Lunas. Nesse sentido, as lideranças do norte aproveitaram para informar que há três anos a região sofre com o excesso de chuvas e que os agricultores acumulam grandes prejuízos nesse período, com previsão de chegar a R$ 200 milhões. Aristides Santos lembrou que foram divulgadas anteriormente algumas medidas emergenciais para amenizar os impactos da estiagem junto aos trabalhadores e trabalhadoras rurais que vivem no semiárido brasileiro. “Agora, precisamos saber como essas medidas serão operacionalizadas na prática”, cobra. Segundo a comissão, os impactos afetam também a área urbana, pois os prejuízos com a seca e enchentes afetam o preço dos alimentos e das matérias-primas para a indústria e comércio. O grupo levantou ainda outras questões, como o aumento do número de cisternas e da dificuldade imposta por vários estados quanto à participação das Federações em comitês para tratar da gestão de ações emergenciais. Além disso, que as decisões tomadas por esses comitês tenham agilidade na execução. O ministro Fernando Bezerra informou que talvez nesta quarta-feira (23 de maio) seja publicada, na Casa Civil, uma nota estimando a perda econômica da Região Nordeste a partir dos efeitos da estiagem. Na Bahia, por exemplo, a previsão é que a perda do PIB ultrapasse os R$ 4 bilhões. Bezerra aproveitou para apresentar alguns encaminhamentos do governo federal para amenizar os problemas vividos pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais que vivem nos municípios atingidos, como no programa Água para Todos, na dotação orçamentária, na operacionalidade dos carros-pipa, dentre outros. “A presidenta Dilma Rousseff mobilizou todo o governo quando soube da previsão de que essa seca poderia ser uma das maiores da história do nordeste. Com isso, estamos iniciando um novo conceito do programa Água para Todos, que veio para universalizar o acesso à água para todos. Estamos fazendo o piloto em Sergipe, além de grandes investimentos”, adianta o ministro. FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi