Nesta terça-feira (20 de março), Brasília será palco da maior mobilização já realizada por assalariados e assalariadas rurais de todo o país. Coordenados pela CONTAG, cerca de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras rurais vão realizar atos que acontecerão na Esplanada dos Ministérios no transcorrer de todo esse dia, a partir das 6h da manhã. São cerca de 3 milhões de trabalhadores(as) rurais na informalidade, sem carteira assinada ou qualquer proteção social do Estado. Muitos empregadores não obedecem à legislação vigente, sequer às normas técnicas de segurança e saúde, que visam preservar a vida e a saúde do trabalhador e da trabalhadora, o que os expõem a trabalhos degradantes, muitas vezes reduzindo os assalariados e assalariadas rurais à condição análoga a de escravo. De 1995 a 2010, a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 39.180 trabalhadores(as) em condição de trabalho degradante. Somente de 2007 a 2008 foram 11.015 resgatados e em 2011, 2.628 trabalhadores(as). Além destes, outro objetivo da mobilização é questionar o latifúndio, a mecanização desordenada, os agrotóxicos, as sementes geneticamente modificadas, que não têm se pautado pela geração de emprego de qualidade. Diante disso, a CONTAG reivindica a criação de uma Política Nacional para os Assalariados Rurais, que tenha como foco o combate à informalidade, a geração de emprego, renda, educação e requalificação, levando à plena cidadania do trabalhador e da trabalhadora. Antonio Lucas, secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais da CONTAG faz duras críticas a essa realidade: “É inadmissível imaginar que num país com as dimensões do Brasil ainda aconteçam práticas da época da colonização e, pior, patrocinadas pelo governo (referindo-se ao financiamento sem contrapartida social do BNDES ao agronegócio). O governo precisa regularizar essa situação”. FONTE: Imprensa CONTAG - Maria do Carmo Andrade e Verônica Tozzi