Representantes da Federação dos Trabalhadores (as) na Agricultura do Estado do Maranhão (FETAEMA), o secretário de Política Agrícola e Meio Ambiente, Joaquim Alves, e de Juventude Rural, Simone Almeida, proferiram uma palestra sobre o Movimento Sindical dos Trabalhadores e trabalhadoras Rurais, nesta sexta feira(18) na Universidade Estadual do Maranhão. Por mais de duas horas, alunos(as) do curso de Ciências Sociais da UEMA, acompanharam atentamente as ricas palavras dos secretários da FETAEMA, sobre o que é o MSTTR, como está Estruturado, quais as grandes Ações de Massa, as Reivindicações, Parceiros, Opositores e o Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário – PADRSS. Joaquim chamou a atenção dos alunos(as) para a forma como atualmente a sociedade enxerga o(a) trabalhador (a) rural. “É comum observar pessoas dizendo que "se não estudarmos vamos acabar indo para roça", como se trabalhar no campo fosse um castigo. Nossa profissão é como qualquer uma! Por saber da importância dela é que queremos continuar lá”, destacou o secretário de Política Agrícola e Meio Ambiente no início da sua fala. AÇÕES DE MASSA As ações de massa (Grito da Terra Brasil, Grito da Terra Maranhão, Marcha das Margaridas, Festival Nacional e Estadual da Juventude Rural, entre outras), foram apontadas como importantes espaços de formação de políticas para o MSTTR. “Quando os Governos Federal, Estadual ou Municipal, anunciam uma política pública, podem ter certeza que essa conquista para nossa categoria não veio por acaso, antes tivemos que reivindicar, só dessa forma temos garantido conquistas, a exemplo do PRONAF, a Lei para garantia de no mínimo 30% dos alimentos oferecidos nas escolas públicas comprados da agricultura familiar, Lei para Assistência Técnica e assim tantas outras, que só se concretizam devido a luta de homens e mulheres do campo brasileiro”, Joaquim Alves. CRÍTICAS AO AGRONEGÓCIO As críticas ao modelo de desenvolvimento aplicado no Brasil e Maranhão, que exclui e expulsa o agricultor (a) familiar do campo, também foi outro tema que chamou atenção dos(as) universitários (as). “Atualmente os nossos políticos só apontam como modelo econômico o do agronegócio, que exporta seus produtos para fora do país e não alimenta nossa população como faz a agricultura familiar que é responsável por 76% dos alimentos consumidos pelos brasileiros, segundo o IBGE. Enquanto a mecanização da agricultura empresarial desemprega os trabalhadores (as), a agricultura familiar emprega 17,9 milhões de pessoas. O agronegócio transformou o Brasil na maior consumidor mundial de agrotóxicos, os homens e mulheres do campo tem sua produção fundamentada em alimentos orgânicos. Os grandes empreendimentos apontados como salvadores da pátria vem elevando a cada dia o número de Conflitos Agrários no Campo, onde o Maranhão ocupa o 1º lugar do país”, declarou Joaquim. SUCESSÃO RURAL O tema Sucessão Rural também foi apresentado pela secretária de Juventude Rural da FETAEMA, Simone Almeida. “Na nossa ultima discussão na Plenária Nacional da Juventude Rural, abordamos o tema sucessão como sendo de grande importância para nossa categoria. Queremos desconstruir a ideia de que roça é lugar de pobreza. Por isso não queremos contemplar nossa juventude, sendo em maior número as jovens mulheres, saindo das comunidades rurais para as cidades. Precisamos urgente de políticas públicas (acesso a terra, direitos sociais, educação, saúde, esporte, habitação, oportunidades de comercialização e garantia de renda), para a classe trabalhadora rural”, afirmou a secretária de Juventude Rural da FETAEMA, Simone Almeida ao fazer uso da palavra. PARTICIPAÇÃO DOS(AS) UNIVERSITÁRIOS(AS) No debate aberto, os (as) estudantes elogiaram o importante papel da FETAEMA, na defesa dos (as) trabalhadores Rurais e reforçaram as falas dos palestrantes. “Concordamos com as falas no que se refere ao preconceito aos homens e mulheres do campo. As pessoas do campo têm história e são elas que a cada dia nos alimentam com as suas produções”, Sandro Silva, aluno. O modelo de desenvolvimento no Maranhão foi destaque na fala do aluno Paulo Romão. “Nos últimos 50 anos desde a eleição do Sarney até o atual governo da sua filha Roseana Sarney, é mantido no Maranhão, o mesmo modelo de desenvolvimento que concentra terra, tem renda desigual. De acordo com os últimos números divulgados, são 1 milhão e 700 mil maranhenses em situação de pobreza extrema. Por outro lado o Governo Roseana fatia entre 8 Empresas cerca de 200 bilhões de reais, muitas delas subsidiadas em até 30 anos, ou seja, aplica recursos públicos na agricultura patronal que por ser voltada para mecanização, ainda tira emprego do povo”, denunciou. Ao final do evento, o mestre em Ciência Política e ex assessor da FETAEMA, Domingos Cantanhede, destacou a importância de espaço de debate entre alunos (as) e os movimentos sociais no Maranhão. “Eu acredito que os nossos universitários (as) podem contribuir muito com a implementação do PADRSS. Eles (as) podem e devem ser grandes parceiros (as) na construção de Brasil e Maranhão mais justo e igualitário”, Domingos Cantanhede. FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAEMA - Barack Fernandes
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