Na noite de terça-feira (11), na sede da CONTAG, em Brasília, foi lançado o livro “Agricultura familiar e os sistemas alimentares: remoção de carbono e transição justa”. A publicação, que foi desenvolvida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), em colaboração com o Observatório do Clima, marca o avanço do Sistema Confederativo no debate sobre mudança do clima.
A cerimônia de lançamento contou com a presença de cerca de 150 pessoas, entre representantes das Federações e Sindicatos, da diretoria da CONTAG, da FAO, de organizações parceiras e jornalistas.
A representante do Observatório do Clima, Adriana Ramos, compartilhou durante a mesa de abertura que “nós estamos nesse trabalho conjunto para, cada vez mais, fortalecer a importância da agricultura familiar no enfrentamento à emergência climática, principalmente porque o Brasil tem experiências fortíssimas para demonstrar ao mundo que esse é o caminho. Nesse ano de COP30 nós não podíamos perder essa oportunidade e estamos muito felizes e honrados em ser parceiros da CONTAG.”
A diretora executiva de Negócios da Embrapa, Ana Euler, também compartilhou durante a abertura que “desde 2007 nós nos aproximamos da CONTAG para a validação e desenvolvimento das nossas tecnologias. Para a Embrapa, é muito importante fazer pesquisa próxima dos agricultores e da agricultura familiar.”
A secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Paula Bonetti, compartilhou que a parceria entre a Confederação e o OC começou a partir de conversas durante a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), que aconteceu no Egito.
“Este momento é resultado de uma conversa iniciada no Egito. E nós fomos felizes quando conversamos e resolvemos começar essa parceria. A agricultura familiar brasileira precisa cada vez mais discutir e fazer incidência sobre as políticas de mudança climática e essa publicação inicia o preenchimento da lacuna que encontramos sobre a falta de conteúdo técnico sobre o papel da agricultura familiar no contexto de mudanças climáticas”, afirmou a secretária.
Em seis capítulos, a publicação traz um panorama da emergência climática e de seus impactos para a agropecuária em geral, analisa as lacunas em políticas públicas e aponta reivindicações da agricultura familiar para o fortalecimento do setor.
Fortemente afetada pela crise climática, a agricultura familiar é mais vulnerável ao mesmo tempo que oferece melhores soluções para esse grande desafio da humanidade. Seus sistemas de produção biodiversos têm baixo volume de emissão de gases de efeito estufa e podem remover e estocar mais carbono do que lançam à atmosfera. No entanto, é necessário direcionar políticas públicas específicas para consolidar esse potencial.
Leia o livro “Agricultura familiar e os sistemas alimentares: remoção de carbono e transição justa”.
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG