Como é de conhecimento público, a líder sindical Margarida Maria Alves foi assassinada em 12 de agosto de 1983, na porta de sua casa. O principal acusado é Agnaldo Veloso Borges, então proprietário da usina de açúcar local, a Usina Tanques, e seu genro, José Buarque de Gusmão Neto, mais conhecido como Zito Buarque.
Margarida é símbolo de luta e resistência das mulheres do campo, da floresta e das águas e dá nome à Marcha das Margaridas.
Diante de todo esse simbolismo e de toda a sua importância histórica, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) entende que o legado de Margarida precisa ser valorizado e respeitado. No entanto, fomos surpreendidos nessa semana com a notícia de que foi aprovado o Projeto de Lei 183/2022, que denomina José Buarque Gusmão (Dr. Zito Buarque) como uma das novas ruas de Campina Grande.
O projeto é de autoria do vereador Waldeny Santana, do União Brasil, e foi aprovado por 15 votos a 1. O único voto contrário partiu da vereadora Jô Oliveira (PCdoB).
A CONTAG, como organização coordenadora da Marcha das Margaridas, repudia tal medida porque fere o interesse público previsto na Constituição Federal em seu Artigo 37, os princípios da Administração Pública e é absolutamente ilegal. A CONTAG vai perseguir por todos os meios jurídicos providências para que essa medida não avance. É um absurdo e um desrespeito ao legado dessa grande líder paraibana e à luta das margaridas de todo o País.
Diretoria da CONTAG