Em discurso na Cúpula de Líderes Sobre o Clima, nesta quinta-feira (22 de abril), o governo brasileiro apresentou aos líderes mundiais informações descontextualizadas e contrárias à atual política ambiental brasileira, marcada pela exploração predatória dos recursos naturais e ameaças aos povos originários, às comunidades tradicionais e aos agricultores e agricultoras familiares, pesquisadores(as) e servidores(as) que lutam para preservar o meio ambiente.
No discurso, o presidente afirmou que o Brasil colabora com o planeta investindo na contenção das queimadas, inclusive prometendo cumprir as metas de diminuição dos gases poluentes que aumentam o efeito estufa e impactam nas mudanças climáticas, e que o país irá acabar com o desmatamento ilegal até 2030, e que tem fortalecido nos últimos anos os órgãos ambientais e a fiscalização para conter o desmatamento.
O Brasil e o mundo têm clareza de que a atual política ambiental adotada pelo governo federal tem acumulado recordes de queimadas e desmatamento sobretudo na Amazônia e no Cerrado , realizado o desmonte dos órgãos de fiscalização, o favorecimento da extração ilegal de madeira e da mineração em territórios de povos originários, bem como da redução e privatização de parques nacionais. Além disso, realiza perseguição a defensores nacionais e internacionais, pesquisadores(as) e servidores(as) públicos(as) do meio ambiente. Essa política equivocada tornou o Brasil no 6º lugar entre os países mais poluentes, excluído o bloco da União Europeia.
Recentemente cerca de 400 servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) protestaram contra a publicação de uma Instrução Normativa no Ministério do Meio Ambiente (MMA) que praticamente paralisa as infrações ambientais. Lembramos que o Fundo Amazônia foi totalmente desarticulado pelo governo federal, causando embaraço diplomático do Brasil com os países colaboradores do fundo (Noruega e Alemanha), e mais uma série de discursos e ações governamentais que infelizmente tornaram o Brasil desacreditado perante a comunidade internacional.
Para a CONTAG, Federações e Sindicatos, o governo federal precisa mudar radicalmente sua política ambiental e, com urgência, realizar ações concretas para evitar o desmatamento, estabelecer políticas públicas de preservação ambiental, conter a emissão de gases poluentes, investir em energia renovável e conter a liberação indiscriminada de agrotóxicos. Caso contrário, caminharemos para uma grande catástrofe ambiental no país com repercussões climáticas para todo o mundo.
Direção da CONTAG FONTE: Direção da CONTAG