Mais de 200 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais do Rio de Janeiro estão em situação de total abandono e desespero, após uma ação truculenta de despejo da fazenda Santa Maria, em Silva Jardim. Entre os agricultores e agricultoras familiares, estão mais de 89 crianças, idosos (as) e gestantes.
A ação que aconteceu nesta segunda-feira (06), contou com 90 homens do batalhão de choque distribuídos em 25 viaturas.
De acordo com o presidente da Federação do Rio de Janeiro, Oto Santos, as famílias já vinham sendo ameaçadas. “As famílias já estavam preocupadas com a derrubada de suas casas, pois estavam sendo intimidadas para saírem. Até que aconteceu! Estamos acompanhando e esperamos que os órgãos competentes tomem as devidas providências”, destacou.
As famílias estavam na área desde dezembro de 2016, porém dentre elas, existem um grupo de 35 famílias que já estão no local há 50 anos e inclusive pagam o IPTU. A Federação do Rio de Janeiro esteve apoiando a expansão de ocupação desde o início pois através de consulta ao INCRA constatou que a terra é improdutiva. “Nós confirmamos no INCRA que área em questão é improdutiva, portanto apta para assentar famílias que não têm um pedaço de chão. Uma área de propriedade do empresário da Oriente, César Farias, que é denunciado na Operação Lava Jato”. Afirmou Oto.
Em ofício enviado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário no dia 31 de janeiro de 2017, a CONTAG solicitou providências para suspender a ação de reintegração de posse na fazenda Santa Maria e Lagoa Feia, em Silva Jardim RJ. A Confederação já denunciava o clima de tensão na região e exigia das autoridades competentes providências energéticas para impedir a execução da ação de despejo. No momento as famílias estão sobrevivendo através de doações do comércio local e de Sindicatos do município. Uma comissão do INCRA já esteve fazendo uma visita ao local, na perspectiva de desapropriar com agilidade a área para que as famílias retornem às suas casas. FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Barack Fernandes