SIMONE IGLESIAS
da Agência Folha, em Porto Alegre
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), foi vaiada hoje, no primeiro dia de seu roteiro pelo interior do Estado para apresentar e defender o pacote de medidas que prevê aumento de impostos, redução de incentivos fiscais, venda de imóveis e a criação de uma Lei de Responsabilidade Fiscal estadual.
Os projetos foram encaminhados no mês passado à Assembléia Legislativa, onde há resistência para aprovar principalmente a proposta de aumento de impostos.
Na primeira cidade visitada, Passo Fundo (280 km de Porto Alegre), a tucana foi recebida com vaias por cerca de 500 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e dos sindicatos dos bancários e dos professores da região.
Os manifestantes, que aguardavam a chegada de Yeda à sede da Associação Comercial de Passo Fundo, chamaram o projeto de elevação do ICMS de "tarifaço" e gritaram "Fora Yeda".Ao passar pelo protesto, cercada por policiais, a governadora sorriu e levantou a mão direita fazendo o sinal de vitória.
Em reunião com políticos e empresários da cidade, ela negou que o pacote represente um tarifaço e pediu "compreensão" para tentar recuperar as finanças do Estado.
Na noite de domingo, Yeda conseguiu entendimento com o Judiciário, depois de conflito causado pelo repasse previsto no orçamento para 2008.
O presidente do Tribunal de Justiça, Marco Antônio Barbosa Leal, decidiu ceder e aceitar proposta de receber no ano que vem R$ 1,36 bilhão.
O valor representa R$ 17 milhões a mais do que havia sido definido pelo governo e R$ 60 milhões a menos do que o pedido original do Judiciário.
No dia 17 de setembro, Leal entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo que o governo repassasse R$ 1,42 bilhão, valor negado pelo Executivo.
O STF concedeu liminar em favor do Judiciário, suspendendo a tramitação da proposta orçamentária na Assembléia Legislativa, até que Yeda aumentasse a verba. FONTE: Folha Online