MARCONDES MACIEL
Da Reportagem
A visita dos parlamentares e empresários mato-grossenses ao Porto de Paranaguá e à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, nos dias 15 e 16 deste mês, foi considerada um passo importante na viabilização da construção do poliduto para Mato Grosso.
A construção de um poliduto para transportar o álcool e o biodiesel de Mato Grosso aos centros consumidores está em análise pela Transpetro, subsidiária da holding Petrobras, e leva em conta duas alternativas para a região. A primeira prevê a construção de um ramal do alcoolduto a partir do terminal de Senador Canedo (GO) até Paulínia (SP), e o segundo ligando Cuiabá a Paranaguá (PR), a partir da interligação do trecho entre Campo Grande (MS) e Nova Olímpia (MT).
Este último é o mais recente e prevê a construção de 1,61 mil quilômetros - passando por Londrina (PR), Presidente Epitácio (SP), Campo Grande, Rondonópolis e Cuiabá - com o objetivo de facilitar o escoamento da produção de etanol da região Centro-Oeste e atender o crescimento das encomendas à indústria de base da região Centro-Sul do país.
Segundo o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado (Sindálcool), Jorge dos Santos, essas duas opções estão sendo estudadas pela Transpetro. "A subsidiária está analisando a melhor alternativa econômica para definir o trajeto ideal para Mato Grosso", confirmou Santos após retornar de uma viagem ao porto de Paranaguá (PR).
Ele esteve visitando o porto e a empresa Repar para conhecer a infra-estrutura portuária e de embarque visando a construção do poliduto. "A Repar está em processo de expansão e atua nas regiões Sul e Sudeste. A empresa quer levar óleo diesel para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e buscar álcool e biodiesel através de dutos", informou.
Santos visitou o porto de Paranaguá em companhia de representantes do governo do Estado e da Assembléia Legislativa e retornou animado. Segundo o deputado Carlos Avalone, que organizou a comitiva, a viabilização do poliduto é essencial para o momento econômico que o Estado está passando. "Com este investimento, diminuiremos o chamado 'custo Mato Grosso', com redução dos valores de diesel e gasolina, e também com a redução do custo de escoamento da produção sucroalcooleira", avalia. Estudos da Transpetro apontam para uma redução de custos com transporte do diesel, por exemplo, de 25%".
"Eles nos informaram que o porto vai inaugurar no próximo dia 23 um terminal de combustíveis moderno e, em janeiro de 2008, começam a construir de mais dois piers para recepção de mais quatro navios", aponta Santos.
Segundo ele, os diretores do porto manifestaram interesse pela inclusão de Mato Grosso no projeto do poliduto. "Estamos conhecendo as opções para avaliarmos o que é melhor também para nós", informou o diretor do Sindálcool.
Ele acredita que uma vez definida a inclusão de Mato Grosso, muitas empresas começarão a investir na construção de usinas, já no próximo ano. "Temos de começar a construir no próximo ano para estarmos com as usinas funcionando em 2011 ou 2012".
Ele anunciou que nos próximos dias será realizada uma nova reunião com a Diretoria de Comercialização da Petrobras para discutir os melhores encaminhamentos em função dos mercados a serem atendidos. "Tudo isso passa pela construção de novas usinas em Mato Grosso. Estamos discutindo o volume mínimo de produção que a Petrobras exige para viabilizarmos novas indústrias e a inserção definitiva de Mato Grosso neste projeto", afirmou Jorge dos Santos.
A Transpetro divulgou há duas semanas que está realizando estudos para a extensão de um ramal do poliduto até Mato Grosso, porém a construção da obra depende da quantidade de álcool e biodiesel que o Estado irá produzir nos próximos anos, o que implica em um aumento de 150% na produção. Atualmente, o Estado produz apenas 800 milhões de litros de álcool, quando a quantidade mínima para viabilizar a implantação do poliduto seria de pelo menos 2 bilhões de litros. FONTE: Diário de Cuiabá ? MT