O Assentamento Avaré, do município de Santa Rita do Pardo, no Mato Grosso do Sul, foi motivo de amplo debate na Câmara Municipal de Brasilândia, no dia 15 de outubro último, ocasião em que o Vereador Carlito Dutra, fez acalorado discurso pedindo proteção às famílias brasilandenses que lá vivem e se encontram em dificuldades.
O pedido do Vereador foi dirigido ao Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-INCRA, Sr. Rolf Hackbart, oportunidade em que fez graves denúncias sobre o que vem ocorrendo no assentamento.
"Com essa denúncia" explica o Vereador, "buscamos sensibilizar o órgão governamental no sentido de minimizar os problemas que tem se abatido sobre muitos projetos de assentamentos, entre eles o do Avaré, do município de Santa Rita do Pardo-MS, que passa por sérias dificuldades de ordem interna e assistencial", explica.
A preocupação do Vereador é pelo fato de que "o Assentamento Avaré está composto de cerca de 148 famílias todas oriundas de Brasilândia-MS, e que vivem no município de Santa Rita do Pardo. São todos munícipes, pequenos agricultores familiares que foram levados para lá depois de permanecerem por três anos acampados na margem da rodovia MS-395, a 1 km do perímetro urbano do município de Brasilândia-MS".
"Esses agricultores que ainda estão vinculados por laços afetivos e de cidadania com o município de Brasilândia, vêm, através dessa Casa Legislativa, e deste Vereador, expressar o seu grito de socorro, esperançosos todos de alguma solidariedade da parte do órgão INCRA", disse na Tribuna.
O Vereador denunciou também que os 419 lotes distribuídos por intermédio da Fetagri, Cut e Sintraf, estão sem rede de energia elétrica. A Enersul, segundo o Vereador, "inexplicavelmente não proporcionou o acesso dessa gente excluída ao Programa Luz para Todos, proposto pelo Presidente Lula", indigna-se o Vereador que há 20 anos atrás, foi um dos fundadores do PT em Brasilândia.
Carlito diz que aqueles que optaram pela instalação de motor movido à óleo diesel, ligados a Cut, estes já dispõe de energia elétrica, "mas o restante das famílias ainda não dispõe de energia elétrica, e em conseqüência disso, não têm água. Os poços semi-artesianos construídos estão abandonados pois não há energia para tocar as bombas. As caixas d´águas estão lá como monumentos solitários a espera de alguma ajuda que venha do alto", reclama o Vereador.
O Vereador queixou-se ao Presidente do INCRA também sobre a moradia dos assentados que estava prevista a sua construção tão logo os R$ 700,00 fosse entregue por cada assentado. "Acontece que até hoje, a AGEHAB ainda não se posicionou sobre o assunto. As famílias ainda continuam residindo em barracos de lona, como no tempo dos acampamentos de sem-terra".
A denúncia do Vereador diz mais: "chegou informação até nós, da existência de pseudolíderes que agem dentro do Assentamento e que mais atrapalham do que ajudam. Supostos representantes de sindicatos e federações que se transformaram em agenciadores e corretores de lotes. Vendem lote na maior cara de pau".
Mas o Vereador teme pelos assentados. Porque "sobre isso é proibido falar". Nessa hora as provas somem. Os assentados desconversam, pois "eles temem represálias dessas chamadas lideranças que se consideram intocáveis, "amigas" dos "home", e donas de grupos de assentados, que põem e dispõem ao peso do valor ofertado", escreve o Vereador ao Presidente do INCRA.
A recente agressão contra dois funcionários do INCRA, segundo ele, "é outro caso que merece o repúdio de todos. Segundo informações, um suposto líder que agia dentro do Assentamento Avaré, teria agredido uma funcionária do INCRA". O Vereador considera o fato da maior gravidade, "pois, as informações que se tem é que a funcionária, fazia um excelente trabalho junto aos assentados". "Fala-se, inclusive da arregimentação de uma lista de abaixo assinado pedindo justamente a volta da funcionária que é muito querida pelas famílias do lugar", explica.
O Vereador encerra suas palavras na Tribuna da Câmara Municipal de Brasilândia, solicitando ao Presidente do INCRA, "que o clamor dos trabalhadores rurais ex-sem terras seja ouvido e atendido, e para que seja instaurada uma sindicância interna ou algo semelhante para avaliar melhor a conduta desses pseudolíderes que, na maioria das vezes, buscam, mais do que se locupletarem, buscam denegrir e desacreditar a luta pela Reforma Agrária, como instrumento e prática da justiça social no campo", conclui o Vereador que também é advogado popular em Brasilândia. FONTE: Agora MS ? MS
WhatsApp
