A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) enviou ontem carta ao Ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmando a "crença" de que o governo federal adotará medidas garantindo a retirada dos invasores do Movimento dos Sem Terra (MST) nas proximidades da Estrada de Ferro Carajás. Integrantes do MST invadiram a área nas proximidades do Km 851, no município de Parauapebas (PA), impedindo o fluxo do minério e interrompendo a circulação de trem de passageiros e de combustível para o Sul do Pará.
"Ante a prática pelo MST de atos atentatórios contra a Estrada de Ferro Carajás, que é uma concessão de serviço público de transporte ferroviário de cargas e de passageiros outorgada à CVRD pela União, buscou a Companhia a reintegração de sua posse na EFC perante a Justiça Federal, tendo o Juiz Federal Dr. Francisco de Assis Garcês Castro Júnior deferido a liminar de reintegração de posse, requisitando disponibilização de força policial federal a V. Exa., para cumprimento da ordem judicial", diz a carta.
A companhia explica no texto que em 19 de outubro um oficial de justiça esteve no local da ocupação e registrou que os manifestantes desocuparam os trilhos devido o acordo realizado com o governo estadual, que marcou uma audiência para os dias 24 e 25 de outubro com os governos estadual e federal, respectivamente. Mas, segundo a carta, os integrantes do MST "permanecem nas proximidades, ameaçando fazer novo bloqueio caso não sejam atendidas as suas reivindicações".
A Vale lembra no texto que obteve a informação que o MST será recebido por Genro amanhã para tratar de uma pauta de reivindicações - reforma agrária, luta contra o imperialismo, reestatização da Vale e outros. Por isso enviou a carta relatando a crença que o governo federal vai atuar em favor da volta à normalidade na região.
O texto lembra que a CVRD anunciou recentemente que investirá US$ 45,5 bilhões no Brasil, chegando a um total de cerca de 148 mil empregos próprios e terceiros em 2012. Os investimentos sociais para 2008 devem chegar a
US$ 260,3 milhões, aumentando em cerca de 42% em relação a 2007, de US$ 183,3 milhões. Na área ambiental, entre 2008 e 2012, a projeção de dispêndio será de US$ 1,8 bilhão. No Pará está investindo US$ 20 bilhões chegando a um total de 68 mil empregos próprios e terceiros até 2012. FONTE: Valor Econômico ? SP