A Companhia Vale informou ontem que houve tentativa de sabotagem na ocupação de garimpeiros na Estrada de Ferro Carajás, em Paraupebas (PA). A empresa acusou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MS) de ter orquestrado a ação, que a Vale classificou como a mais grave invasão em suas propriedades. Esta é a 11ª invasão do MST a propriedades da Vale em 13 meses, segundo a companhia.
A ferrovia Carajás continua interditada e deveria ser parcialmente liberada na noite de ontem. O diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Vale, Walter Cover, cobrou ainda uma força policial fornecida pelo governo do Pará para impedir a ocupação de garimpeiros nas ferrovias da companhia no Estado. "Não queremos que as desocupações sejam violentas, mas queríamos que a polícia agisse mais rápido. Sempre tivemos no setor jurídico a certeza de que essas invasões eram ilegais, com liminares. Com a polícia, ficamos lançados à própria sorte", disse. Segundo Cover, a invasão ocorrida na terça-feira do grupo de garimpeiros mostra que as ações do MST em ferrovias da Vale estão "cada vez mais organizadas e menos improvisadas".
Segundo a Vale,em um trecho de 300 metros de ferrovia, o grupo retirou 1.200 grampos que fixam os trilhos, utilizaram um macaco hidráulico para levantar os trilhos, atearam fogo em pneus e cortaram cabos de fibra ótima que passam pela ferrovia, interrompendo a comunicação por telefonia celular. "São atos gravíssimos de sabotagem com logística profissionalizada", afirmou Cover. O MST informou não ter participado da interdição da estrada de ferro. "A ação foi feita pelo Movimento dos Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração (MTM), que tem pautas próprias", informou o MST que diz "apoiar politicamente o movimento reivindicatório dos garimpeiros", que querem a reabertura do garimpo de Serra Pelada.
FONTE: Jornal de Brasília - 15/05/2008