As organizações sociais do campo que lutam pela reforma agrária e por um novo modelo de desenvolvimento para o país realizaram na manhã desta segunda (20) a abertura do Encontro Nacional Unitário dos Trabalhadores (as), Povos do Campo, da Águas e das Florestas, no Parque da cidade em Brasília, com mais de cinco mil delegados (as) sindicais de todo o Brasil, com saudações de representantes dos diversos movimentos (CNBB, APIB, CONTAG, CONAC, CIMI – FETRAF, MPA, MAB, MMC, MST, CPT, CUT e MCP), apresentação de uma mística de acolhimento e fala de um camponês, ambos afirmando a unidade e resgatando o espírito do 1º Congresso Camponês (1961). Na ocasião Manoel da Conceição, líder das lutas camponesas e dos direitos humanos e que já foi preso, torturado, exilado e vítima de inúmeros atentados na luta contra o latifúndio, recebeu uma homenagem especial.
Ainda no período da manhã os movimentos sociais do campo realizaram uma coletiva de imprensa sobre o encontro unitário, respondendo a perguntas dos jornalistas das mídias impressas e eletrônica dos principais veículos de comunicação do país pelos representantes da Via Campesina, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), do Movimento Indígena e Quilombola, falando sobre a importância e os objetivos em torno desse encontro que reúne todos os movimentos sociais e entidades do meio rural. “Essa unidade significa o fortalecimento da agricultura familiar, no momento em que precisamos mostrar para a sociedade qual o modelo de desenvolvimento econômico proposto pelo mundo rural para o país”, analisa Willian Clementino, secretário de Política Agrária da CONTAG. Para João Pedro Stédile (Via Campesina / MST) a sociedade brasileira vem sendo sequestrada por um modelo de desenvolvimento agrícola predador da natureza: “O agronegócio é um modelo que agride o meio ambiente e que implica na exclusão dos trabalhadores do campo”, afirma. O representante do Movimento Indígena, Otoniel Ricardo (Guarani-Kaiowá), avalia que o momento atual é de muita dificuldade, quando o povo indígena é vítima de homicídio e da discriminação: “Estamos sendo massacrados e perseguidos. Cadê os nossos direitos constitucionais? Queremos respeito à nossa língua e à nossa cultura e ao nosso jeito de ser. Nossos antepassados foram mortos e nossas lideranças continuam sendo mortas”, denuncia. Denildo Rodrigues, coordenador nacional da CONAQ, registra que esse é um momento histórico: “A diversidade se mostra presente aqui, nesse encontro.
Esse espaço é unitário e é uma conquista que mostra que o movimento do campo está unido contra o modelo hegemônico capitalista”. Falando em nome da Fetraf, Elisângela Araújo (coordenadora geral) comenta a pluralidade dos movimentos sociais: “Estamos aqui em prol da agricultura familiar brasileira e demonstrando unidade em nome de um novo modelo de desenvolvimento, sustentável”.
Para o período da tarde estão previstos a apresentação de um documento base (a ser analisado pelas lideranças), a manifestação de dirigentes das entidades e debates em plenária. À noite acontece a Plenária da Juventude do Campo e um momento cultural.
O encontro unitário tem por objetivo afirmar a luta dos povos e grupos sociais do campo e da floresta e dá início a um período de unidade dos movimentos sociais de luta pela reforma agrária. O Encontro Unitário nas redes sociais: Blog: encontrounitario.wordpress.com Facebook: www.facebook.com/encontrounitario Twitter: @unidadenocampo FONTE: Imprensa CONTAG - Maria do Carmo de Andrade Lima