As transformações econômicas e políticas seguem em ritmo acelerado. Aprofundam desigualdades e diferenças. A produção econômica muda, com o capital financeiro avançando em todo o mundo, em todas as direções, inclusive sobre reservas naturais. Aos investidores são oferecidos rápidos e crescentes retornos e a riqueza já extremamente concentrada aumenta cada vez mais. Uma nova onda de mudanças tecnológicas integra plataformas de produção de bens e serviços em âmbito global e acelera as mudanças. A tecnologia substitui, em quantidades inimagináveis, a força de trabalho humana, desempregando e submetendo os trabalhadores à precarização, insegurança, ansiedade, pobreza, ao desespero e a outros tipos de mazelas ainda desconhecidas. Leia também: Reforma trabalhista: empregadores irão encontrar o seu fim Rede Feminista de Juristas lança campanha contra a Reforma Trabalhista Na vida política, as democracias cada vez mais são entendidas pelo mercado como um mal necessário, a ser limitado. As instituições são sistematicamente fragilizadas, controladas e induzidas para resultados esperados pelo mercado; os poderes Executivo e Legislativo, submetidos ao controle do dinheiro, enquanto o Judiciário é animado a ser o vigilante garantidor da propriedade, dos valores e direitos do capital. Há liberdade para consentir, há repressão se divergir e, se necessário, eliminam-se oposições. A política se curva ao deus dinheiro. Os meios de comunicação e as redes sociais espalham ideias, valores e induzem comportamentos. As classes médias, serviçais ideológicas dos ricos, exprimem o ódio aos pobres, negros, imigrantes e a todos os excluídos. FONTE: FONTE: Por Clemente Ganz Lúcio é diretor técnico do DIEESE.