As aulas da primeira turma do curso de Licenciatura em Educação do Campo, da Universidade de Brasília (UnB), começaram esta semana em Veranópolis (RS). A UnB fez parceria com o Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (Iterra), que ofereceuo espaço para as aulas eo alojamento para os 60 alunos nessa cidade do Rio Grande do Sul.
O curso terá duração de quatro anos e as aulas serão em regime de alternância. Por isso, o período letivo não deve ultrapassar 70 dias. Esse sistema tem o objetivo de permitir que os estudantes tenham mais tempo de convivência em suas regiões e possam manter suas atividades nas comunidades rurais.
A coordenadora do curso, professora Mônica Molina, acredita que a Licenciatura em Educação do Campo vai contribuir para melhorar a educação e o desenvolvimento do campo. "É importante que nós também possamos produzir pesquisa, produzir ensino que ajude a sociedade brasileira a compreender qual é o papel que o território rural pode ter numa outra concepção de modelo de desenvolvimento."
Ao todo, 188 pessoas fizeram o vestibular. Trinta e sete foram de Minas Gerais e 13 passaram no processo seletivo. A coordenadora da Comissão de Jovens da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg), Maria Alves, avaliou que o curso é muito importante. "Em Minas, todos que passaram são da agricultura familiar, e fizeram a prova com a intenção de continuar no campo, ou seja, de melhorar a vida deles e as dos outros. Essa é a meta", explicou Maria.
O mesmo curso ofertado pela UnB deve ser oferecido pelas universidades federais de Sergipe, Bahia, Paraíba e Minas Gerais ainda este ano. A secretária de Políticas Sociais da Contag, Alessandra Lunas, ressaltou que a realização dos cursos é uma conquista para a Contag. "A Confederação e as Federações ficarão atentas a esse processo, para mobilizar os trabalhadores e ocupar essas vagas".
Emmanuelle Nunes e Angélica Córdova