Dois acidentes no mesmo dia, mostra precariedade e desrespeito com os filhos de Trabalhadores Rurais Dez crianças morreram em um acidente em Montividiu-GO na região sudoeste do estado, em um grave acidente na rodovia GO 174, na manhã desta segunda-feira, no início do ano letivo dos alunos do meio rural. Quase no mesmo horário do acidente em Montividiu-GO, nesta segunda-feira, 01 de fevereiro, outro veículo do transporte escolar rural, em situação precária, tombou numa estrada vicinal no município de Bom Jardim de Goiás. O veículo transportava 10 alunos e 6 adultos, que saíram do Projeto de Assentamento "Campo Formoso" para a sede do município. Segundo professora Maria Rosa Pereira Brandão, o veículo teria perdido o freio e quase caiu num barranco em uma região de muita serra. "Fiquei com muito medo, e tivemos sorte porque estávamos no micro-ônibus, pois o transporte aqui é feito normalmente em uma caminhonete sem segurança e imprópria para esse transporte", denuncia a professora. A diretora de políticas sociais da Fetaeg, Sueli Pereira e Silva, começou a fazer um levantamento sobre o transporte escolar rural na região oeste do estado, quando no primeiro dia de trabalho, aconteceu esse acidente. Segundo Sueli Pereira, três pessoas ficaram levemente feridas, entre elas uma adolescente que estava no micro-ônibus. A polícia investiga se o motorista Divino Warley Freitas Machado, tinha carteira de habilitação para transporte escolar. Outra denúncia é que o veículo seria de propriedade do secretário de transporte de Bom Jardim de Goiás. Pesquisa revela transporte precário para os trabalhadores rurais A situação do transporte escolar rural é precária em muitos municípios do país, de acordo com pesquisa inédita encomendada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e realizada pela Universidade de Brasília (UnB). Esse estudo foi concluído em 2007 e de lá pra cá a situação deve ter piorado. Segundo a pesquisa, 40% dos municípios brasileiros responderam a um questionário que mostrou que atualmente mais de 4 milhões de alunos do ensino fundamental utilizam esse tipo de transporte para chegar à escola. O transporte é de graça, mas o problema é a situação dos veículos: antigos e mal conservados. A média de idade da frota brasileira que leva crianças à escola é de 16 anos. FONTE: Comunicação da Fetaeg