Marcos de Moura e Souza
Aos 70 anos, 40 dos quais fora do Brasil, Tranquilo Favero, um catarinense odiado e admirado no Paraguai, é considerado o maior produtor de soja do país. Neste ano, espera negociar 480 mil toneladas, o que deve render cerca de US$ 190 milhões. "De produção nossa, esperamos ter mais umas 135 mil toneladas, o que dá cerca de US$ 50 milhões." Ao contrário de outros produtores brasileiros, que controlam 90% a 95% da soja no Paraguai, Favero fala, critica e faz prognósticos sobre eleições presidenciais de abril, a corrupção e as dificuldades de produção no país.
"Fernando Lugo vai ganhar. O atual governo é um desastre", diz ele, apostando em que muita coisa deve mudar no país. Lugo, quando era bispo de San Pedro, cansou de criticar Favero, acusando-o de contaminar o meio ambiente com as fumigações de pesticidas nas suas extensas plantações de grãos. Favero nega as contaminações.
"O meu medo é o fato de que Lugo está cercado de uma esquerda comunista que não respeita direitos estabelecidos, propriedade privada", avalia. Assim como outros produtores brasileiros no Paraguai, Favero diz que sua preocupação é com a bandeira da campanha de Lugo, da necessidade de reforma agrária. FONTE: Valor Econômico ? SP