As negociações salariais no setor do carvão têm garantido várias conquistas aos assalariados e assalariadas rurais do Piauí nos últimos anos. Este ano, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Piauí (Fetag/PI) conseguiu fechar a segunda Convenção Coletiva de Trabalho (CCT 2008/2009) do setor. Atualmente, cerca de três mil assalariados trabalham formalmente nas 56 carvoarias registradas no estado.
O secretário de Assalariados Rurais da Fetag/PI, Anfrísio de Moura Neto, explica os ganhos alcançados pela CCT 2008/2009. "Conseguimos reajustar o piso salarial, que passou de R$ 415 para R$ 525, e também a inclusão de uma cláusula que repudia o trabalho escravo no setor de produção do carvão".
Desmatamento - Um dos problemas enfrentados no estado é o desmatamento nas áreas de produção do carvão. Só no município de Canto do Buriti, já foram desmatados mais de 15 mil hectares de florestas. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Canto do Buriti (STTR), José Francisco (José Miúdo), diz que os donos das carvoarias devem respeitar a legislação ambiental. "No setor da carvoaria, o que falta é avançar na questão do meio ambiente. A legislação não está sendo cumprida da forma que deve ser pelos fazendeiros".
Em abril de 2009, a Fetag/PI promoverá um encontro estadual para discutir a pauta de reivindicações do setor com vigência para 2009/2010. Futuramente, os dirigentes sindicais querem negociar uma Convenção Coletiva para abranger os estados da Região Nordeste. A idéia é fazer uma mesa de negociação entre Fetags, setor patronal e a Superintendência Regional do Trabalho. FONTE: Andréa Póvoas, Agência Contag de Notícias