A unidade das centrais sindicais na defesa de emprego, garantia de renda e também na implementação de políticas que defendam os trabalhadores e trabalhadoras dos impactos negativos da crise financeira internacional foram algumas das bandeiras levantadas pelos dirigentes na V Marcha da Classe Trabalhadora, em Brasília.
A manifestação que contou com a participação de cerca de 35 mil brasileiros, entre dirigentes sindicais; trabalhadores e trabalhadoras do setor público, privado, do campo, da cidade; e militantes. A participação do povo superou as expectativas da Central Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). "Essa manifestação nos surpreendeu, graças à unidade das centrais sindicais", afirma o presidente da entidade, Wagner Gomes.
Na avaliação da coordenadora da Comissão de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag e vice-presidente da CUT, Carmen Foro, o fortalecimento da agricultura familiar é um dos pilares para combater a crise. "A garantia da reforma agrária para consolidação de projetos de desenvolvimento da classe trabalhadora, o desenvolvimento da agricultura familiar e o acesso de crédito para produção dos trabalhadores rurais são instrumentos fundamentais".
Propostas - Nesta quarta-feira (3), foi entregue aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, e do Senado Federal, Garibaldi Alves Filho, um documento que propõe 18 medidas para enfrentar a crise financeira. Entre as propostas estão a valorização permanente do salário mínimo, correção da tabela do Imposto de Renda e redução da jornada de trabalho. Os representantes da CUT, Força Sindical, CTB, CGTB, UGT e NCST também querem a ratificação das Convenções da OIT 151 e 158, que tramitam no Congresso Nacional.
"Nesta quarta-feira, conseguimos a aprovação na Comissão de Trabalho da Câmara da Convenção 151, que trata da regulamentação da negociação coletiva no setor público", comemora o presidente da CUT, Arthur Henrique.
O deputado federal Gilmar Machado (PT/BA) afirma que a aprovação dessas Convenções pelos parlamentares "reforça a organização e a luta dos trabalhadores para enfrentar melhor a crise financeira".
Neste ano, um dos temas da V Marcha da Classe Trabalhadora foi a igualdade de direitos entre homens e mulheres na valorização do trabalho. Na opinião da secretária de Mulheres da CUT, Rosana da Silva, a participação das trabalhadoras é fundamental para o País. Hoje, as mulheres representam 42% da população economicamente ativa. "Nós queremos uma lei que garanta igualdade e oportunidade para as mulheres trabalhadoras". Nesta quinta-feira (4), representantes das centrais sindicais se reúnem com o ministro da Previdência, José Pimentel, para tratar sobre o fim do fator previdenciário, que também é um dos itens previstos na pauta de reivindicações. FONTE: Andréa Póvoas, Agência Contag de Notícias