Os cerca de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras rurais que vieram para mobilização do Grito da Terra Brasil se concentraram na manhã desta quarta-feira (18/5) em frente ao Congresso Nacional, numa maneira de sensibilizar também os parlamentares para a importância dos itens da pauta do movimento.
Com bandeiras e faixas nas mãos, os trabalhadores ouviram as falas de companheiros do movimento sindical de diversos estados. Parte da diretoria executiva da Contag também se posicionou diante do Parlamento, entre eles, a secretária de Meio Ambiente, Rosy dos Santos. A sindicalista fez uma saudação aos companheiros e lembrou que o Congresso deve olhar para os trabalhadores (as) rurais de maneira diferenciada, quando o assunto é o Código Florestal. O texto que modifica a norma está em discussão na Câmara dos Deputados. A proposta da Contag prevê o tratamento diferenciado à agricultura familiar, conforme a Lei 11.326/2006; a garantia de pagamentos de Serviços Ambientais, entre outros.
“Nós gostaríamos de reafirmar que queremos ser tratados de forma diferenciada, de acordo com a Lei de Agricultura Familiar, mas também no PL do Código Florestal. O que precisamos é ser valorizados porque temos um papel fundamental na produção de alimentos”.
A vice-presidente da Contag, Alessandra Lunas, também ressaltou o tema dizendo que o Código é um das agendas mais importantes para o GTB. “A Contag, desde o início, trabalha com uma proposta advinda das bases por conta das pressões que vêm sofrendo. E é com os olhos dessas propostas que mais uma vez temos certeza de que precisamos garantir em mais essa legislação o diferencial do para a Agricultura Familiar”, ressaltou.
Congressistas - Vários parlamentares prestigiaram o ato em frente ao Parlamento. A deputada Fátima Bezerra (PT/RN) afirmou que a Contag vem fazendo um bom trabalho ao mobilizar os trabalhadores (as) para os temas de importância do segmento e da sociedade. “Logo mais, a presidente Dilma receberá vocês para discussão de diversos pontos fundamentais que tratam de saúde, educação, terra e outros. É como mobilizações como essa que se constrói uma luta”, disse.
Ela frisou que preside, no momento, a Comissão de Educação e Cultura, onde está em debate o PL que vai instituir o novo Plano Nacional de Educação. “Dentro dele temos de fazer o debate de educação do campo, no sentido de exigir dos governos escolas de qualidade para os nossos filhos e quero dizer que estou a disposição para esse debate”, completou.
“Nós temos de demarcar a diferença da agricultura familiar da agricultura comercial nessa legislação que vamos aprovar. Porque o alimento vem desse segmento e, não fosse por isso, a Agricultura Familiar significa também a humanização do campo. Por isso, que temos de ter um novo Código Florestal que possa garantir necessidades desses agricultores”, reiterou o deputado Leonardo Monteiro (PT/MG).
O deputado Jesus Rodrigues (PT/PI) também mencionou a necessidade de agilizar os projetos em tramitação no Congresso e que beneficiam os trabalhadores (as). Ele relatou algumas das lutas na sua legislatura: “Estou em conversa com o Banco do Nordeste e a Embrapa no sentido de patrocinarem uma pesquisa na produção de biocombustível para a agricultura familiar. Coloco meu mandato à disposição do movimento para ajudar nas demandas do Piauí e do Brasil”.
Também prestigiaram o ato os deputados Amauri Teixeira (PT/BA) e Osmar Júnior (PCdoB/PI).
Na sequência, os trabalhadores (as) marcharam pela Esplanada no sentido do Ministério do Desenvolvimento Agrário, onde farão novo ato político. FONTE: Agência Contag de Notícias - Danielle Santos