No segundo dia do Seminário Regional Nordeste, que acontece em Recife (PE), as atividades começaram com o painel A Territorialidade como Estratégia de Execução de Políticas Públicas e Ação Sindical. Sob a moderação de Raimunda Celestina de Mascena, coordenadora da Regional Nordeste da Contag, as discussões foram precedidas das exposições de Marcelo Miná Dias, professor da Universidade de Viçosa (MG), e de Fernanda Corezola, representante da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
As apresentações dos painelistas contribuíram para a reflexão sobre o conceito e as concepções de territorialidade, bem como a definição dos eixos para a ação do movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais (MSTTR). A discussão também apontou a necessidade de o MSTTR ocupar espaços no âmbito dos territórios rurais, identificar as tendências e listar desafios na perspectiva de desvincular da figura do Estado a responsabilidade exclusiva de formulação e implementação de políticas públicas para o meio rural. "O contexto de Estado mudou. Ele parece mais aberto às demandas da sociedade. Esta resposta passa hoje pela nossa capacidade de organização e de acordo com o Estado. Temos que romper com duas concepções: a de que o Estado é nosso inimigo e a de que o Estado é o nosso provedor", ressaltou Marcelo Dias.
Os painelistas também apresentaram elementos conceituais como desenvolvimento, em todos os seus desdobramentos, para chegar à questão da territorialidade. Esse caminho aponta não apenas para a esfera física e geográfica desligada da realidade local, mas para a construção de um espaço de múltiplas relações, reconhecido pelos atores sociais heterogêneos.
A exposição do professor Miná Dias enfatizou, ainda, que a abordagem territorial está alicerçada em três elementos fundamentais: território rural ou de identidade; necessidade de uma nova institucionalidade que congregue as organizações da sociedade civil e as esferas governamentais; e, por último, o Colegiado Territorial e o planejamento territorial. "Esse contexto deve incorporar a manifestação da vontade e da visão de futuro, contemplando safra, produção, comercialização e sustentabilidade do desenvolvimento", completou o painelista.
FONTE: Agência Contag de Notícias