Agrava-se cada vez mais a situação das famílias ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) e residentes no Assentamento Terra Nova, ocupado no domingo (23), por cerca de 170 índios pataxós da Aldeia de Guaxuma, em Porto Seguro (a 707 km de Salvador). Os representantes do MST prometem fechar a BR-101, Km-795, perto do povoado de Montinho (município de Itabela), se não houver uma solução imediata.
O superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização da Reforma Agrária) na Bahia, Luiz Gugé, disse que solicitou ao responsável pelo escritório de Itamaraju um relatório sobre a situação no assentamento. O relatório será encaminhado à Procuradoria do Incra para que sejam tomadas as providências necessárias.
De acordo com Adão Vieira, do MST, os índios não estão permitindo a saída de pessoas da agrovila, e impedem inclusive, a saída de doentes à procura de médico. A água do poço que abastece o assentamento está acabando e a produção de leite, que era vendida, está tendo que ser consumida pelos próprios sem-terra ou está estragando.
"Estamos segurando nossos companheiros para que não haja conflito, mas estamos prontos para defender o que é nosso", disse Adão. As 31 famílias do Terra Nova já foram reassentadas na área, depois de terem que sair do Assentamento Três Irmãos, no município de Prado, por ser terra indígena.
O superintendente do Incra relatou que na época da transferência consultou a Funai, que declarou que a área não pertencia ao território indígena. "O que o Incra quer é que seja publicado logo o estudo de ampliação da terra indígena. Aguardo isso desde 1998. A Funai tem que definir logo a área que estão reivindicando para não haver conflitos", conclui Gugé. Os pataxós permanecem na porteira de entrada do assentamento. "Nenhum representante do Incra ou da Funai esteve aqui até o momento", declarou Uruçu Pataxó.
A Tarde FONTE: TV Canal 13 ? PI