Na primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) desde o golpe dado contra a democracia brasileira, os atuais representantes do governo federal apresentaram o planejamento de ações realizado pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, ligada à Casa Civil da atual Presidência da República, para o ano de 2017. A reunião foi realizada nos dias 21 e 22 de março, em Brasília.
Um dos temas em destaque na reunião foi a composição do conselho. Os representantes do atual governo federal propuseram que a composição do conselho permaneça paritária, ou seja, com metade dos integrantes sendo representantes do governo e a outra metade de representantes da sociedade civil.
Os movimentos sociais participantes, entre elas a CONTAG, no entanto, apresentaram a proposta que a composição aumente para 2/3 (dois terços) da sociedade civil e 1/3 (um terço) do governo, uma vez que é preciso garantir a representatividade das comunidades do campo, floresta e águas de todas as regiões do País para que haja um diálogo realmente inclusivo e que leve em consideração as diferentes realidades brasileiras. Para chegar a um consenso foi determinada uma comissão que avaliará essa questão para realizar novas reuniões acerca da composição do conselho.
Outra questão apresentada é a nova presidência do conselho, que hoje é exercida de forma compartilhada pela sociedade civil - pela CONTAG, pela Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) e pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O governo não aceitou a proposta que a sociedade civil permaneça na presidência.
Os movimentos sociais acreditam ainda que o Condraf é um espaço de construção conjunta e democrática de políticas públicas e que não deve se tornar apenas um espaço de informes sobre ações planejadas pelo governo federal. É preciso abrir espaço para diálogos verdadeiros e proposições que levem em consideração as necessidades reais dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, floresta e águas de nosso país. FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Lívia Barreto