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SHOWTEC REGISTRA AUMENTO DE 30%
Showtec registra aumento de 30% no volume de negócios
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25 de Fevereiro de 2008

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Vários expositores do Showtec 2008 constataram um aumento de cerca de 30% no volume de negócios, em relação à edição do ano passado, embora o objetivo maior do evento não fosse venda imediata dos produtos e sim a difusão das inovações tecnológicas, que por si só ocasiona a pós-venda, ou a venda via tecnologia", como sempre ressaltou o diretor geral da Fundação MS, Dirceu Broch.

Para o engenheiro agrônomo Antônio M. dos Santos Filho, representante comercial da Atlântica Sementes que tem entre os seus produtos sementes híbridas de soro granífero e para silagem, milho e girassol, "o momento reúne vários fatores positivos para o produtor rural: safra boa, preços estáveis e em alta da soja, do milho, aumento da demanda por esses produtos, nos mercados interno e externo. Tudo isso animou o produtor que voltou a investir na sua atividade", analisou, acrescentando que esses mesmos fatores motivaram o produtor a buscar mais tecnologia para agregar valor à sua produção. "A agricultura vive um momento excepcional, que acaba sendo bom não apenas para o produtor, mas para o estado com o aumento de arrecadação fiscal e para a balança comercial do país", concluiu o engenheiro agrônomo.

Tecnologia a serviço da produção agrícola

Durante o Showtec 2008, o Centro de Pesquisas Agropecuárias Oeste (CPAO), da Embrapa de Dourados (MS), lançou uma nova cultivar de soja convencional, a BRS 285, resultado do cruzamento das cultivares BRS 133 e CODETEC 201.

O supervisor da área de transferência de tecnologia do CPAO, Euclides Maranho, destaca algumas características que fazem da BRS 285 uma escolha interessante para o produtor que optar pelo cultivo de soja convencional, semiprecoce.

"Além de ser adaptada às condições de solo do estado de Mato Grosso do Sul, ela apresenta boa rusticidade, resistência a nematóides de galhas, pode ter a semeadura antecipada para data próxima a 15 de outubro, o que favorece, posteriormente, o plantio da safrinha de inverno", explica Maranho.

Como vantagens para o plantio das cultivares convencionais ele lembrou que o mercado internacional da soja não-transgênica vem ganhando maior amplitude e maior fluxo de negócios a cada dia. "A grande aceitação da soja não-transgênica no mercado externo é inquestionável, sem contar que o produtor não paga royalties", acrescentou.

Pesquisas

Sobre as linhas de pesquisa em andamento no CPAO, Maranho falou sobre a existência de um programa específico para o desenvolvimento de variedades direcionadas à alimentação humana. "São variedades com um maior teor de proteína e menor teor de enzimas que conferem à soja um sabor considerado desagradável para a maioria das pessoas linhas de pesquisas voltadas para sementes transgênicas do tipo RR (resistentes a herbicidas à base de glifosato, defensivo utilizado para eliminar plantas daninhas) de modo a torná-las ainda mais resistentes à ferrugem asiática, necessitando apenas de uma aplicação de defensivos. "Outros estudos buscam tornar essas sementes mais resistentes ao stress hídrico", revelou o pesquisador ressaltando que, de toda soja cultivada em Mato Grosso do Sul, 90% são de cultivares transgênicas e 10% de cultivares convencionais.

Agricultura de precisão

Essa é a atual demanda dos produtores rurais na tentativa de reduzir custos de produção. Durante a 11ª edição do Showtec eles tiveram acesso ao que existe de mais inovador nesse sentido, como por exemplo, uma plantadora de soja que possui um sistema pantográfico (copia o solo), que garante a uniformidade do plantio da lavoura. "Isso garante que as sementes ficarão a uma mesma profundidade no solo, independente das irregularidades, fator que contribui enormemente para a uniformidade da produção naquela área", explica João Carlos Duarte, representante comercial da ARAG, empresa multinacional italiana que montou um stand no Showtec para demonstrar esta e outras novidades tecnológicas desenvolvidas pela norte-americana Stara.

Duarte destacou também que percebeu uma mudança no perfil do produtor rural que foi ao Showtec 2008. "Esse ano o interesse e a procura por tecnologia aumentou sensivelmente", afirmou ele.

Opinião semelhante têm o demonstrador de máquinas agrícola, Marcos Trevisan e o técnico em agropecuária, Hélio Galvão, da Imasa, de Ijuí (RS), que trouxeram uma máquina para pulverização dirigida no sulco de plantio.

"Essa máquina despertou o interesse de um grande número de produtores porque veio suprir a necessidade de tratar as sementes, fazendo com que essa operação seja realizada simultaneamente ao plantio. Isso diminui custos de mão-de-obra e reduz significativamente o risco de contaminação do trabalhador rural por defensivos agrícolas", destacou Galvão.

Com tecnologia desenvolvida pela H3M, a máquina possui 13 linhas de pulverização e custa R$ 95 milhões.

Integração lavoura-pecuária: mais que uma alternativa, uma solução

A produção agrícola, de um modo em geral, exige empenho dos proprietários de terras e técnicos na busca por alternativas que possam intensificar o uso da terra e a

sustentabilidade da produção e da renda, sem a ameaça de degradação das áreas por uso excessivo ou inadequado.

Entre essas alternativas uma vem ganhando status de solução definitiva: a integração lavoura-pecuária, tema de um dos Ciclos Tecnológicos apresentados durante o Showtec 2008 pelo pesquisador da Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande (MS), Armindo Küchel.

"O sistema consiste em integrar as duas atividades - lavoura e pecuária - com os objetivos de maximizar racionalmente o uso da terra, da infra-estrutura e da mão- de-

obra, ao mesmo tempo em que diversifica e verticaliza a produção, minimizando custos, agregando valor aos produtos agropecuários e gerando sustentabilidade para as propriedades", resume o pesquisador. Ele explica que isso é possível em função dos recursos e benefícios que uma atividade proporciona à outra, e estes são tais que a integração lavoura-pecuária vem sendo apresentada como a solução definitiva para evitar a degradação de terras.

"Mas não existe uma `receita`, uma fórmula única a ser seguida por todos que optam pela técnica. Cada produtor tem que desenvolver o seu próprio sistema de integração, levando em consideração vários fatores entre os quais, topografia, clima da região e, logicamente, a vocação e interesse de cada propriedade", alerta Küchel.

Um exemplo

A busca pela constante e crescente sustentabilidade da atividade foi o que motivou o agro-pecuarista - como se auto-define - Ake Bernard van der Vinne, a optar pelo sistema de integração lavoura-pecuária.

Holandês de nascimento, Ake , ou melhor, "Chico Holandês" - como é conhecido por todos no município de Maracaju (MS) onde tem propriedades, - chegou ao Brasil aos seis anos de idade na companhia do pai, de quem guardou um ensinamento valioso.

"Quem se dedica a tirar seu sustento da terra deve se lembrar que primeiro é preciso investir nela para depois começar a tirar", ensina Chico Holandês que teve a satisfação de ver a produção de soja em suas propriedades subir de 30 sacas por hectare em 1972, para 67 sacas/ha em 2007 . "A meta é chegar a 100 sacas/ha, porque não?", questiona confiante o produtor.

Ele explica um pouco mais sobre como avançou na utilização do sistema. "No início a gente alternava, 2 anos lavoura (soja), 2 anos pecuária (pastagens). Aos poucos fomos aperfeiçoando esta rotação até que chegamos ao atual sistema que consideramos ideal, pelo menos por enquanto", faz questão de dizer, explicando que os cultivos são diferentes do inverno para o verão. Ele revela também que 75% de suas terras são destinadas à agricultura e 25% à pecuária, com uma produção média de 20@/ha. FONTE: MS Notícias ? MS



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