Mais de mil trabalhadores e trabalhadoras que foram funcionários de uma fábrica de pesticidas que pertenceu à Shell e à Basf, localizada em Paulínia (SP) no período de 1974 a 2002, receberão indenização por terem sido contaminados pelas substâncias tóxicas manipuladas no trabalho. Já ocorreram 63 mortes por conta da contaminação. A fábrica hoje está desativada. A ação coletiva foi iniciada pelo Ministério Público do Trabalho em 2007, e só agora teve resultado favorável para os trabalhadores, que receberão uma indenização com média de valor de R$ 180 mil para cada, e plano de saúde e odontológico vitalícios para as vítimas e suas famílias. Será paga também uma indenização coletiva de R$ 200 milhões para entidades de pesquisa na área do trabalho. Ao todo, o valor pago pelas duas empresas chega a R$ 400 milhões. A CONTAG comemora a decisão. “Mais uma vitória dos trabalhadores nessas últimas semanas, como foi a do caso do Mc Donalds (veja matéria aqui). Elas mostram o Ministério Público em ação, cobrando e exigindo o direito dos trabalhadores”, diz Alessandra Lunas, vice-presidente e secretária de Relações Internacionais da CONTAG. “O mínimo que uma empresa deve ter é responsabilidade com a saúde de todos e todas que trabalham nela”. O acordo feito com os trabalhadores também é uma comemoração do ponto de vista da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos, como explica Alessandra: “É fundamental essa atenção dada ao caso, uma vez que travamos uma luta hoje contra o uso indiscriminado de agrotóxicos e os riscos oferecidos pela fabricação e uso deles. É uma prova inclusive de que essa luta contra o uso de agrotóxicos tem que começar desde a empresa.” FONTE: Imprensa CONTAG - Gabriella Avila