Um grupo pequeno com bandeiras da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), do Paraná, ocupou uma propriedade nas margens da rodovia BR-272 e perto do rio Piquiri entre as cidades de Guaíra e Francisco Alves. Eles dizem que vão ficar no local até reunir um grande número de trabalhadores e enquanto o Incra define uma área para assentar o grupo.
Marcos José Tacon é um dos coordenadores do acampamento e disse ontem ao Ilustrado que já são em torno de 20 famílias reunidas no local. É um terreno de um alqueire que não estava sendo explorado e ninguém reclamou a sua propriedade. O local deve servir como ponto de concentração dos sem-terra de Francisco Alves, Terra Roxa, Iporã, Mato Grosso do Sul e até os brasiguaios. Tacon afirma que as famílias estavam passando por necessidades na cidade e resolveu se unir para formar o Acampamento Piquiri, que não tem prazo para sair do local. "Só vamos sair daqui para uma área definitiva", disse.
O acampamento começou a ser montado em janeiro passado, mas ganhou forma pra valer no Dia do Trabalhador, primeiro de maio. Foi quando o pessoal ampliou o número de barracos e limpou a frente do terreno. Ontem foram fixadas algumas bandeiras da Contag e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Paraná (Fetaep). A polícia já esteve no local, mas não interferiu já que o grupo se apresenta como pacífico e garante que a ocupação de áreas não faz parte dos seus planos.
O grupo diz que tem informações de que o Incra está vistoriando áreas que podem ser improdutivas na região e, caso isso seja confirmado, as propriedades devem ser desapropriadas para fazer parte da reforma agrária.
Enquanto a área não chega, os sem-terra se dividem entre cuidar do acampamento e trabalhar como diaristas na região, já que a área ocupada é pequena e tem espaço apenas para o preparo de algumas hortas. FONTE: Umuarama Ilustrado/PR - 09/05/2008