DA AGÊNCIA FOLHA
Militantes sem-terra promoveram ontem invasões e protestos em ao menos cinco Estados (SP, ES, CE, SE e PB) contra a presença da multinacional suíça Syngenta Seeds no Brasil.
Pela manhã, agricultores ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e ao MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) invadiram uma unidade da Syngenta em Aracati (150 km de Fortaleza), derrubaram cercas, quebraram estufas e laboratórios de pesquisas. Não houve confronto, mas funcionários foram impedidos de entrar. Ninguém foi preso.
Em Paulínia (126 km de SP), membros do MST e da Via Campesina invadiram unidade de fabricação de agrotóxicos da multinacional. Os sem-terra quebraram um portão e entraram com um carro de som. Eles deixaram o local às 16h.
Em nota, a Syngenta informou que a saída coincidiu com a obtenção de liminar na Justiça para retirada dos militantes. Afirmou ainda que os funcionários foram obrigados a se retirar durante a invasão.
A empresa negou participação na morte de Valmir Mota de Oliveira, o Keno, morto durante invasão dos movimentos, em outubro, à unidade da Syngenta em Santa Tereza do Oeste (PR). Um segurança também morreu no confronto.
Ontem, os sem-terra picharam a fachada e paredes da empresa em Paulínea com frases como "Syngenta assassina" e "Keno Vive". Para os sem-terra, que organizaram as ações no Dia Internacional dos Direitos Humanos, a manifestação foi pela "soberania alimentar".
No Nordeste, os atos foram marcados por protestos contra a transposição do rio São Francisco e em solidariedade à greve de fome do bispo de Barra (BA), d. Luiz Flávio Cappio.
Na Paraíba, houve protestos em João Pessoa, Campina Grande e Patos. Em Sapé, 500 pessoas fecharam a BR-230. Um sargento aposentado da PM tentou furar o bloqueio e teve o carro amassado, segundo a Polícia Civil. Em Sergipe, protesto parou o trânsito na ponte que liga o Estado a Alagoas. No Espírito Santo, sem-terra fizeram panfletagem em trecho da BR 101 Sul. FONTE: Folha de São Paulo ? SP