Luiz Weber, Elder Ogliari e Miguel Portela
Brasília - Integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) ocuparam ontem de manhã a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Brasília. A ocupação, segundo nota do MST, foi um protesto contra a inoperância do instituto em relação à reforma agrária no Distrito Federal e entorno.
As principais reivindicações são recuperação de habitações rurais, assistência técnica para assentamentos e desapropriação de áreas que já estão liberadas para a reforma agrária, em alguns casos, há mais de 3 anos. Segundo a nota do MST, os sem-terra estão dispostos a permanecer no prédio até que o Incra tome providências concretas.
Em abril, sem-terra já tinham ocupado o Incra. Reivindicavam uma série de ações e a demissão do superintendente no Distrito Federal, Renato Lordello, que foi substituído.
GASTO
Em Porto Alegre, a Brigada Militar do Rio Grande do Sul informou que já gastou R$ 820 mil para proteger a Fazenda Coqueiros de invasões do MST este ano. "É um dinheiro que poderia ter sido usado para equipar a polícia", criticou o subcomandante, coronel Paulo Roberto Mendes. "E os homens deslocados para vigiar o MST fazem falta no policiamento urbano."
O líder do MST Paulo Mioranza questionou os gastos. Ele sugeriu que o Estado use o dinheiro para assentar famílias.
Desde 2004, o MST invadiu 8 vezes a fazenda, localizada em Coqueiros do Sul. Os donos acusam sem-terra pelos incêndios de galpões e tratores e pela derrubada de árvores no período.
Em setembro, militantes do MST começaram uma marcha em direção à fazenda para pressionar o governo a desapropriá-la. Segundo Mendes, a Brigada precisa manter 300 homens na região para garantir o cumprimento de liminar da juíza Marlene Marlei de Souza que proíbe o MST de entrar nos 5 municípios da comarca de Carazinho, entre eles Coqueiros do Sul.
A marcha está parada desde segunda-feira, fora dos limites da comarca de Carazinho. Os sem-terra anunciaram que não vão se movimentar antes do dia 6, quando terão audiência com o Incra para tratar dos assentamentos no Estado.
EXUMAÇÃO
No Paraná, a juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca de Cascavel, Sandra Regina Bittencourt Simões, determinou a exumação dos corpos do sem-terra Valmir Motta de Oliveira e do segurança Fábio Ferreira, mortos em confronto na Fazenda Syngenta, em 21 de outubro, em Santa Tereza do Oeste.
A exumação foi pedida pelo Ministério Público Estadual, que considera os laudos falhos e quer esclarecer se houve execução das vítimas, uma das linhas de investigação da polícia. A exumação deve ocorrer até sábado. FONTE: Estado de São Paulo ? SP