segunda-feira, 29 de outubro de 2007, 21:18
Evandro Fadel, do Estadão
CURITIBA - O líder sem-terra Valmir Mota de Oliveira, de 34 anos, morto em confronto com seguranças no dia 21, logo depois de um grupo do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) ter invadido a estação experimental da Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, no oeste do Paraná, prestava serviços para a Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar), com salário bruto de R$ 2.358,28.
Os recursos para a contratação são do Fundo Nacional de Alimentação Escolar, do Ministério da Educação. Ele havia assinado um contrato temporário, em 1º. de abril, como agente do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Tanto o superintendente da Funpar, Paulo Afonso Bracarense Costa, quanto o coordenador de gestão do Projeto Centro Colaborador em Nutrição, Ivan Domingos Carvalho Santos, a quem Oliveira respondia, disseram ter ficado surpresos com a morte dele e com a atuação no MST.
Mas também acentuaram que o simples fato de atuar no movimento não o descredenciaria para a função. "Não há seleção ideológica", afirmou Costa. "O que a pessoa faz fora do horário de trabalho não é da alçada da Funpar." A fundação administra projetos da Universidade Federal do Paraná. Segundo o superintendente, o contrato de Oliveira seria encerrado em janeiro de 2008.
Ele disse que Oliveira foi selecionado a partir de currículos apresentados à coordenação do programa. "A coordenação considerou mais adequado trabalhar com alguém que tivesse articulação na região", ressaltou.
De acordo com o coordenador de gestão, o trabalho de Valmir era capacitar pequenos agricultores para se organizar na produção e comercialização de alimentos mais adequados à merenda escolar. "Ele fez muito bem o trabalho, fechamos as oficinas e estávamos na fase de relatório", afirmou Santos. FONTE: Estadão Online ? SP