SANDRO VILLAR - Agencia Estado
SÃO PAULO - Os sem-terra começam a abandonar as fazendas que ocupam há mais de uma semana em Presidente Bernardes, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo. A fazenda Guarani foi a primeira a ser esvaziada, de um total de 18 áreas ocupadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e outros grupos. Cerca de 70 famílias deixaram o local no fim da tarde de ontem. Além dessa área, a fazenda São Luiz também começou a ser desocupada hoje pelas 110 famílias que se alojaram na propriedade.
Os donos das duas propriedades conseguiram a reintegração de posse na Justiça. O líder do MST, José Rainha, disse que o movimento respeita a decisão da Justiça. "Toda decisão judicial nós vamos respeitar, mas a nossa mobilização vai continuar. O projeto do governador José Serra (PSDB), que regulariza terras devolutas, é uma vergonha", afirmou. Pelo projeto, as áreas com mais de 500 hectares em disputa na Justiça seriam regularizadas e, em troca, os proprietários cederiam parte da propriedade para reforma agrária.
Rainha quer que toda a sociedade participe do debate sobre a reforma agrária. "O trabalhador sem-terra é jogado pra lá e pra cá. Ele não é objeto", afirmou. A fazenda Guarani, com mais de 400 alqueires, foi arrendada pelo empresário do setor de couro Nilson Vitalli. Já a São Luiz pertence à família de Carlos Frederico Machado Dias. FONTE: Estadão Online ? SP