MIGUEL PORTELA - Agencia Estado
CASCAVEL - Na continuidade do inquérito para apurar as duas mortes ocorridas em confronto entre sem-terra e seguranças na fazenda experimental da Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, interior do Paraná, a Polícia Civil de Cascavel (PR) tomou hoje os depoimentos dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina, respectivamente Celso Ribeiro Barbosa e Célia Aparecida Lourenço. De acordo com a polícia, os sem-terra declararam que durante a reocupação da Syngenta seis seguranças particulares foram rendidos e as suas armas apreendidas pelos sem-terra. Eles também declararam que o grupo foi liberado logo depois da ocupação "pacífica" da propriedade.
Sobre o confronto, os sem-terra disseram que entre 30 a 40 seguranças vieram em carros e microônibus, desceram e começaram a atirar. Essa versão foi negada pelo dono da empresa NF Segurança, Nerci Freitas. Segundo a polícia, Celso e Célia não deram muitos detalhes sobre o tiroteio que resultou na morte do líder do MST, Valmir da Motta de Oliveira, e do segurança Fábio Ferreira.
Vinte e três pessoas já foram ouvidas no inquérito. "Ainda não temos os responsáveis pelos homicídios", disse o delegado da Polícia Civil, Amadeu Trevisan. Sete seguranças particulares continuam presos em Cascavel acusados de homicídio, formação de quadrilha, lesões corporais e tentativa de homicídio. Nenhum sem-terra, até agora, foi preso. O proprietário da NF Segurança foi indiciado no inquérito pelas mesmas denúncias. FONTE: Estadão Online ? SP