Tânia Monteiro, PORTO VELHO
O secretário do desenvolvimento do meio ambiente de Rondônia, Augustinho Pastore, contestou os dados apresentados pelo Ibama sobre desmatamento, mas reconheceu que, na área sub judice, nas proximidades de Guajará-Mirim e Mamoré, houve realmente um aumento na devastação da floresta. "Ali, de fato, houve crescimento do desmatamento", disse, acrescentando que, pelos levantamentos dele, Rondônia registrou, no último ano, redução de 19,49% no desmatamento.
"O problema fundiário em Rondônia é o grande fator de desmatamento ilegal", declarou. "O Incra não fez o dever de casa. Não entregou os documentos das terras e deixou as famílias completamente abandonadas". Ele se refere à área de 1,740 milhão de hectares que está em litígio na Justiça por conta de uma ação civil pública de reintegração de posse por invasão em unidade de conservação. Segundo o secretário, há cinco anos o Incra entrega títulos na região, favorecendo a ação dos grileiros.
O secretário diz que as pessoas que vivem naquela região precisam sobreviver e o Ibama proibiu que trabalhassem. Pastore defendeu os madeireiros da região, dizendo que proporcionam o desenvolvimento do Estado. Afirmou, ainda, que todas as licenças ambientais distribuídas são legais.
Para Pastore, o Estado tem feito sua parte em relação à preservação ambiental. As informações que tem mostram que a área de devastação da floresta é de 30%, restando, portanto, 70% preservados. Ele considera o número bem maior do que o do Amazonas, Acre ou de Roraima, mas lembra que, diferentemente dos demais, Rondônia é um Estado que está sendo ocupado. A população foi incentivada a migrar para lá e, para isso, "tem de haver meios de sobrevivência". FONTE: Estado de São Paulo ? SP