Uma nova área de produção de maçã começa a tomar corpo no planalto norte catarinense, em municípios como Monte Castelo, Rio Negrinho, São Bento do Sul, Papanduva, Itaiópolis, Três Barras e Santa Terezinha. A área é mais quente do que as tradicionais regiões produtoras de Santa Catarina, e a safra é colhida quase um mês antes que em São Joaquim e Fraiburgo, na região serrana.
Segundo Ricardo Costa, agrônomo de Monte Castelo, um programa municipal para desenvolver uma opção de renda ao pequeno produtor, vinculado ao cultivo de fumo, deu o início ao plantio de maçã. A primeira colheita experimental ocorreu em 2002, com uma variedade desenvolvida pela Epagri, a Castel Gala. Ela precisa de cerca de 400 horas de frio para se desenvolver, enquanto a Fuji e a Gala, produzidas na região serrana, necessitam de 700 horas.
Também foram plantadas outras variedades precoces como Eva e Condessa. A Eva é responsável por 90% da produção, é menos doce e tem polpa mais firme do que a da Gala. Seu vermelho é menos intenso e a colheita, mais rápida.
O projeto avança. Em 2002, eram cinco hectares plantados e cinco produtores. Nesta safra, que será colhida entre o fim de dezembro e janeiro, são 115 hectares, com 75 produtores. A previsão é de uma colheita de 1,5 mil toneladas, se o clima seguir favorável. Na safra anterior, o granizo fez a produção cair de estimadas 1,1 mil toneladas para 400.
Só pequenos produtores cultivam maçã na região, e, em geral, grandes empresas ainda não demonstram interesse, argumentando que já têm vasta área plantada onde estão instaladas e que o cultivo longe da sede exigiria investimentos como construção de área de armazenagem e classificação. Para José Luiz Petri, da Epagri, trata-se de uma nova fronteira de produção, mas pequena, apenas para janeiro. (VJ) FONTE: Valor Econômico ? SP