No Brasil, até muito recentemente não havia políticas públicas voltadas para atender as demandas específicas das populações rurais, inclusive de saúde. Historicamente essas populações foram desprovidas do direito à saúde, tratadas como pobres, sujos e indigentes. Isso não significa dizer, contudo, que não tinha ações de saúde voltadas para o "meio rural". As primeiras iniciativas governamentais datam do início do século XX e estavam calcadas numa lógica médico-sanitária e no ideal de "combate às doenças da pobreza": malária, tuberculose, febre amarela, hanseníase, etc. Esse período coincide com o processo de industrialização e urbanização brasileira e com o desenvolvimento da classe operária. Influenciados por migrantes europeus, os operários brasileiros se organizam em sindicatos e passam a exigir melhorias nas condições de trabalho: salários, aposentadoria e assistência à saúde.