Continuando com as atividades de debates e reflexões de temas importantes para a juventude rural, uma das mesas de hoje debateu o tema Saúde e sexualidade. Com um quórum significativo tanto em quantidade como em qualidade, a atividade teve início diferenciado. As convidadas a auxiliar no debate foram a coordenadora do projeto de Saúde da Criança e Adolescente do DF, Vânia Teles Moraes, a coordenadora do programa de combate às DSTs e Aids, Zeila de Souza Lima, a coordenadora do programa de Saúde da Família Rural do DF, Glória Boaventura, e a coordenadora de Jovens da Fetaeg, Eliane Roza. Sob o comando da secretária de Mulheres da Contag, Carmen Foro, a discussão iniciou repassando a palavra para a plateia fazer suas perguntas. Em seguida, as convidadas passaram a fazer suas considerações. O primeiro depoimento foi da coordenadora de Jovens de Goiás, Eliane Roza, em seguida, Zeila de Souza Lima alertou os jovens sobre a necessidade da politização e do conhecimento para exigir seus direitos, pois “a saúde é um direito constitucional que deve ser cumprido pelo governo e exigido pela sociedade”, considerou. Já a coordenadora do Programa de Saúde Familiar Rural, Glória Boaventura falou do trabalho realizado na região rural do DF e explicou que os rurais também têm acesso a pílulas anticoncepcionais, preservativos e, acima de tudo, à orientação sexual. Vânia Teles Moraes informou aos jovens que “sexualidade” não é só relação sexual. “O tema é bem mais abrangente e nos acompanha em todas as idades”, ensinou. A profissional de saúde também alertou que é preciso conhecer o corpo, pois, segundo ela, dessa forma os abusos contra o corpo diminuem significativamente. A participação e o interesse da juventude pelo tema foram confirmados pelo alto número de questionamentos e intervenções da plateia. A jovem assentada e estudante de direito de Silvânia (GO) Laíssa Poliana disse que, além de discutir o tema com os jovens, é preciso discutir também com os pais. “Ainda há falta de diálogo em casa e o movimento sindical também precisa discutir questões que são ‘tabus’ para a sociedade”, observou. O ginecologista José Armando Rodrigues de Souza Junior contribuiu com o debate falando sobre “sexo seguro”. Segundo ele, o sexo tem de ser pensado “no antes, no durante e no depois”. O médico relatou que as mulheres não pensam no antes, pensam um pouco no durante “e depois é só dor de cabeça”, disse o médico, que ainda alertou, “as doenças matam, é preciso fazer sexo com responsabilidade”. Finalizando, a secretária Carmen Foro falou sobre um tema polêmico, o aborto. Segundo ela o Estado e a igreja ainda dominam o pensamento patriarcal que criminaliza as mulheres. “Minha opinião, como sindicalista e mulher, é que a decisão pelo aborto deve ser das mulheres”, observou. Durante os debates foi entregue para o público uma cartilha sobre prevenção e cuidados sobre DST/Aids e hepatite. FONTE: Suzana Campos, Agência Contag de Notícias