O MSTTR discutiu cinco pontos com o Ministério da Saúde, entre eles a aprovação imediata da Política Nacional de Saúde Integral das populações do Campo e da Floresta, que contém inúmeras especificidades No segundo dia de negociações do Grito da Terra (GTB) 2011, o presidente da Contag, Alberto Broch, coordenou o diálogo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O dirigente cobrou questões ainda pendentes do GTB do ano passado e falou da importância de um bom sistema de saúde que atenda a população rural. Broch disse que a população depende 100% do Sistema Único de Saúde (SUS), e cobrou mais uma vez o seu fortalecimento. O secretário de Políticas Sociais, José Wilson, retomou a discussão sobre a implantação de 10 Centros de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerests), compromisso assumido pelo ministério no GTB de 2010 e que, até o momento, não saiu do papel. O secretário cobrou também o andamento da pactuação política como o convênio com a Universidade de Brasília e secretarias de estados, “que são fundamentais para a operacionalização de diversos projetos e programas de saúde”, disse. Ainda sobre os Cerests, o secretário de Assalariados (as) da Contag, Antônio Lucas, relatou que atualmente os centros de referência não atendem corretamente o trabalhador (a) rural. Segundo ele, a capacitação dos agentes de saúde para a realidade do campo é fundamental. Segundo Lucas, não adianta apenas construir mais 10 Cerests, “é preciso construir onde há maior demanda, capacitar os agentes para que o Cerest cumpra sua função”, cobrou. O secretário ainda listou algumas necessidades do MSTTR, como o fim da pulverização manual e também a fiscalização mais rígida sobre a utilização de alguns agrotóxicos que já são proibidos por lei, e que ainda são usados. “Precisamos dialogar com esse Ministério e criar urgentemente medidas de combate a esses problemas que afetam diretamente a saúde do trabalhador”, finalizou. Outro ponto que o MSTTR pautou o ministro da saúde foi em relação à inclusão do protetor solar na farmácia do SUS, item que também é um compromisso assumido no ano passado, além da publicidade da lista de remédios. Conforme José Wilson argumentou, a divulgação ampla da lista de remédios é uma ferramenta para que a população cobre o medicamento do gestor público municipal. Saneamento - Assim que foi apresentada a reivindicação de uma agenda com a Fundação Nacional de Saúde, para discutir a questão do saneamento, Padilha já sinalizou que vai marcar uma reunião entre as partes. A saúde da Terceira Idade Rural também foi um dos pontos discutidos. O secretário da pasta, Natalino Cassaro, relatou que hoje a terceira idade rural está em torno de 20 milhões de pessoas, e que a primeira necessidade já esbarra na 'Caderneta do Idoso'. Cassaro disse que é urgente a necessidade de um convênio entre a Contag e o MS para dar atenção a essa parcela da população. “Outra coisa que não podemos esquecer é que nos postos de saúde das cidades, quando os idosos vão se consultar só existe um clínico geral, é preciso ter geriatras para atender esse povo”, reivindicou o sindicalista. A dirigente de Minas Gerais, Maria Alves de Souza, chamou a atenção do ministro para o atendimento às comunidades tradicionais. Maria Alves, que é quilombola, relatou a dificuldade de acesso a atendimentos básicos de saúde nessas comunidades. O diálogo com o Ministério da Saúde continua e a sinalização é que a assinatura do convênio entre a Contag, Ministério da Saúde e UNB aconteça nos próximos dias. FONTE: Agência Contag de Notícias - Suzana Campos