Até o final de novembro de 2007 a Secretaria de Estado de Saúde (SES) recebeu confirmação para 19 casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Mato Grosso. Desse total 06 casos foram localizados no município de Rondonópolis e os outros 04 em municípios próximos. Dos 19 casos registrados em todo o Estado 16 foram tratados e evoluíram para a cura. Três casos resultaram em óbito, um em Rondonópolis e dois em Cuiabá.
A leishmaniose visceral é uma doença de transmissão silvestre, pelo inseto Flebotomíneo, com característica de ambientes rurais, mas que, ultimamente, está evoluindo para invadir áreas urbanas e Peri-urbanas. Segundo a médica- veterinária Silene Manrique Rocha, técnica da Vigilância Ambiental da SES, levantamentos entomológicos realizados entre 1996 e 2005 encontraram, em Mato Grosso, as espécies de Flebótomos, dentre elas as Lutzomyia longipalpis e lutzomyia cruzi, ambas sendo identificadas como as principais transmissoras da doença.
A população, em geral, conhece o inseto pelos nomes de Mosquito Palha, Cangalhinha, Asa Branca e Tatuquira, dentre outros. O animal tem preferência por viver em matas e locais com pouca luz, úmidos e que tenham matéria orgânica (fezes de animais, folhas em decomposição, lixo acumulado, etc.).
Após a picada pelo inseto a doença tem um período de incubação de dois a três meses para se manifestar, mas os sintomas podem aparece entre 15 dias a mais de um ano. Alguns deles são: febre irregular por longos períodos, anemia, palidez, emagrecimento, fraqueza, problemas respiratórios, tosse seca, diarréia e, em casos mais graves, sangramento na boca e nos intestinos (sangue nas fezes, por exemplo). A Leischamniose é uma doença que tem cura e o tratamento pode ser encontrado nas Unidades de Saúde sem qualquer custo.
Silene Manrique disse que a pessoa não precisa esperar todos os sintomas se manifestarem. "Mesmo que o usuário do SUS sinta apenas febre irregular por um período prolongado, digamos, por mais de uma semana, seja trabalhador rural, morador em áreas de assentamento ou Peri - urbana, deve procurar a Unidade de Saúde mais próxima de sua casa para verificar se não está com Leishmaniose Visceral", recomendou.
O Ministério da Saúde elegeu como municípios prioritários onde foram encontradas pessoas com resultado positivo para o vetor e cães com a doença, 25 localidades: Alto Araguaia, Barão do Melgaço, Barra do Garças, Cáceres, Canabrava do Norte, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, General Carneiro, Jaciara, Juscimeira, Luciara, Mirassol D Oeste, Nossa Senhora do Livramento, Novo São Joaquim, Nobres, Nova Brasilândia, Peixoto de Azevedo, Poconé, Poxoréo, Primavera do Leste, Rondonópolis, Rosário Oeste, Santo Antonio do Leverger e Várzea Grande. Nesses municípios é feito o controle vetorial e inquérito canino (coleta de sangue nos cães).
Autor: Silvana Ribas FONTE: Gazeta Digital ? MT