Da Agência Estado - Brasília
Faturas estranhas e saques em espécie também são comuns nos escalões inferiores da Esplanada e nas representações nos Estados. Na Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Distrito Federal, os 34 cartões corporativos foram usados apenas para saques na boca do caixa, o que significou uma despesa de R$ 106.730. Um dos funcionários sacou dinheiro 24 vezes no ano com o cartão corporativo, sendo 15 deles no valor de R$ 1 mil. No total, as retiradas em caixas eletrônicos somaram R$ 18.540,00.
Exemplo repetido na superintendência do Incra no Acre. Os cartões foram usados única e exclusivamente para saques. Os oito funcionários que portam o cartão sacaram, ao todo, R$ 61 140 no ano passado. Um deles sacou R$ 14 mil - 14 operações de R$ 1 mil. Outro servidor fez dez saques, R$ 1 mil em cada passada no caixa eletrônico.
De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), os funcionários do Incra têm maior flexibilidade para sacar recursos na boca do caixa pois viajam muito para o interior. Porém, nem mesmo o Incra soube, de pronto, explicar por que os saques eram tão altos e feitos, em alguns casos, em dias seguidos.
O mesmo diagnóstico é feito na Delegacia Regional do Trabalho no Pará, que não têm essa mesma flexibilidade para saques que o Incra. Todos os 53 cartões foram usados para retiradas em dinheiro, num total de R$ 89.867.
Na Radiobrás, ocorreu o mesmo. Os sete cartões só serviram para os saques em caixas automáticos, no valor total de R$ 22.785. Na Delegacia Regional do Trabalho de Goiás, o único cartão disponível serviu, com exceção de uma compra de R$ 90, apenas para retiradas de um servidor. Total das retiradas: R$ 9 335. FONTE: Diário de Cuiabá ? MT