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SAFRA DE GRÃOS CRESCE TAMBÉM NA
Safra de grãos cresce também na agricultura de subsistência
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03 de Abril de 2008

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safra de grãos cresce também na

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), está incentivando a irrigação nas Zonas de Atendimento Prioritário (ZAPs) onde se concentram a produção de grãos em pequena escala e a agricultura de subsistência. A meta é ampliar a produtividade com a safra de verão, período em que atualmente há poucas lavouras.

A produção familiar responde por até 80% da oferta de alimentos no Acre, mas o cultivo de alguns grãos como o arroz e o feijão está diminuindo em função de pragas, excesso ou falta de chuva e baixa tecnologia. No caso do feijão, a Seaprof quer reintroduzir no Vale do Acre as sementes caboclas já adaptadas nos municípios do Vale do Juruá. Com o surgimento de variedades típicas do Nordeste e Sudeste há anos, praticamente extinguiram-se no Vale do Acre espécies como o gurgutuba e canário, frequentes no oeste do Estado.

A produção nas comunidades das ZAPs é baseada na cultura de sequeiro em áreas de cerca de dois hectares, em média, por módulo familiar. Em muitas regiões, a instalação de sistemas de irrigação será facilitada pela rede elétrica do programa Luz Para Todos.

No caso da horticultura, a irrigação avança principalmente no município do Bujari. "Ali, os agricultores melhoraram a qualidade de verduras e legumes e ampliaram a produção", disse Chico Preto, da Seaprof, especialista em cadeias produtivas. Pelo menos 200 famílias do Vale do Acre estarão envolvidas com a irrigação, projeto que tem como parceiros a Embrapa, a Universidade Federal do Acre e a Prefeitura de Rio Branco. A proposta é reduzir em 30% a importação de algumas espécies, como beterraba e cenoura, hoje comprados de outros Estados.

Para incentivar a produção de grãos em períodos de baixa produção, a Seaprof irá implantar uma unidade de produção e promover um dia de campo para difundir a experiência, demonstrando que é possível obter duas colheitas ao ano, por exemplo, de milho. Atualmente, a produção de subsistência é feita entre agosto e setembro, com colheita em março. Com irrigação, a segunda safra tem seu plantio iniciado em maio e colheita em setembro. Ribeirinhos e seringueiros produzem para o consumo da família e vendem o excedente.

Peruano, Gurgutuba, Mudubim, Quarentão, Enxofre, Manteiguinha e Branco. Essa é a nomenclatura do delicioso e muito bem apresentável feijão do Juruá, de semente cabocla. Em geral, as 14 variedades conhecidas na região atingem média de 400 quilos de produção por hectare. Em outras regiões do País, feijões de semente comercial (Jaulo, Carioquinha) podem atingir 1,4 tonelada por hectare e o quilo do Enxofre, raro nas bancas do Vale do Juruá, chega a R$ 6 nesta época do ano. O Carioquinha de semente comercial custa R$ 2,50 nos mercados de Rio Branco, para efeito de comparação.

Há um movimento muito forte no Acre para o resgate das sementes caboclas. No atual estágio de oferta e procura, as comunidades do Juruá funcionam como bancos de sementes que abrigam e mantêm as futuras gerações do grão. No ano passado, o governo do Acre promoveu uma feira de sementes caboclas reunindo o que há de disponível em todo o Estado. A raridade de algumas variedades, como o Enxofre, por exemplo, requer melhores cuidados. A Seaprof acredita que em Cruzeiro cada habitante consuma um quilo de feijão ao mês. No mercado, mesmo na entressafra, não falta feijão.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) iniciou, em seu núcleo no Juruá, uma pesquisa sobre o feijão. O solo de Marechal Thaumaturgo possui concentração de sal, o que favoreceria à excepcionalidade no sabor.

Asfalto eleva produção - Um exemplo da elevação da safra de milho nas ZAPs são as comunidades localizadas ao longo da BR-364, no trecho entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul. Ainda não há números consolidados, mas a produção do grão elevou-se consideravelmente com o asfaltamento daquele trecho. Fatores como facilidade de escoamento e melhores preços são responsáveis.

Naquela região, a área cultivada é medida em quadras. Uma quadra plantada significa duas toneladas de grãos. A Seaprof prevê que foi plantado o dobro de quadras em 2007 em comparação à safra anterior. FONTE: Agência de Notícias do Acre



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