Ruralistas mantêm protestos nas rodovias argentinas Buenos Aires - Buenos Aires, 1 - Um dia depois do anúncio do pacote de medidas oficiais para o setor agropecuário argentino, os produtores rurais se mantêm firmes nos piquetes espalhados por todo o país em rodovias importantes para o trânsito de mercadorias. A continuidade ou o fim do locaute e piquetes, que entraram hoje no 20º dia, só será definida amanhã, em assembléias das quatro entidades representativas.
Sem sinais de alívio da tensão, o ministro de Justiça e Segurança, Aníbal Fernández, sinalizou que "não vamos reprimir os produtores rurais que bloqueiam as rodovias, mas as forças de segurança vão atuar para permitir que todos os caminhões possam passar".
O ministro de Economia, Martín Lousteau, opinou que "o locaute nunca teria que ter existido". Segundo ele, "as medidas de ontem, claramente para o pequeno produtor, deixam o setor melhor que antes e beneficia 80% dos agricultores".
Lousteau desmentiu as declarações dos dirigentes ruralistas de que o governo tenha se negado a retomar o diálogo durante o fim de semana, após o fracasso das negociações na sexta-feira. O ministro disse que os líderes foram convidados a discutir essas medidas no sábado e domingo, mas "eles não quiseram trabalhar". O ministro mostrou-se otimista ao dizer que os preços disparados das últimas duas semanas, "voltarão a baixar quando a oferta se acomodar".
ManifestaçãoEnquanto os ruralistas mantêm os bloqueios das rodovias argentinas, a Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, na capital, começa a receber milhares de pessoas de todas as partes da província de Buenos Aires para uma manifestação pública em favor da presidente Cristina Fernández de Kirchner. O ato foi convocado pelo marido da primeira dama, o ex-presidente Néstor Kirchner, por piqueteiros (desempregados subsidiados pelo governo), sindicatos aliados, governadores, prefeitos, ministros e dirigentes do Partido Justicialista.
Estima-se que cerca de 80 mil pessoas vão participar do evento preparado especialmente para dar apoio à Cristina Kirchner. A cidade ficou coberta de faixas e cartazes em defesa da presidente. Um palco gigantesco foi armado em frente à Praça, onde ela será a oradora. Será o quarto discurso da presidente desde que a crise foi desatada. FONTE: Agência Estado