Maria Lima - O Globo
BRASÍLIA - Certo de que são mínimas as chances de manter a derrubada da cobrança da contribuição sindical no Senado, o autor da emenda aprovada na Câmara, deputado Augusto Carvalho(PPS-DF), começou a negociar nesta terça-feira a aprovação de uma emenda do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que joga para daqui a três anos o fim da cobrança automática. Junto com o presidente do PPS, Roberto Freire, Augusto Carvalho participou de uma reunião com a bancada do PSDB no Senado. Mas a bancada não se posicionou e a tendência é mesmo manter tudo como está.
- Sinto que há uma vontade muito grande de mudar e acabar de vez com essa contribuição e a mamata dos sindicalistas profissionais. Mas mesmo que fosse aprovada no Senado, a minha emenda seria vetada pelo presidente Lula. Então caminhamos para uma transição de três anos, como prevê a emenda do Cristovam - conformou-se Augusto.
A transição para o fim da contribuição sindical de três anos já vinha sendo defendida pelo relator da matéria na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Francisco Dorneles (PP-RJ). Sem acordo, ele não apresentou nesta terça-feira novamente seu parecer na CAE. Na saída da reunião com a bancada tucana, a relatora na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), disse que ainda não há decisão sobre o que fazer.
- Por enquanto só estou ouvindo. Ainda tenho que ouvir os sindicalistas para fazer um contraponto - disse a relatora.
O projeto que regulamenta as centrais sindicais e acaba com a contribuição sindical tramita com urgência constitucional. Se não for votada nas comissões até o dia 10 de dezembro, poderá ser votada direto no plenário do Senado. É isso justamente o que querem os sindicalistas, para fugir das comissões, onde podem perder. FONTE: Globo Online ? RJ