A professora Socorro Silva, da Universidade Federal de Campina Grande da Paraíba e colaboradora da ENFOC, foi palestrante na conferência Os Desafios e Alternativas para a Organização Sindical do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) na consolidação do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário – PADRSS, ocorrida em 5 de março no 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.
Na ocasião, ela enfatizou a importância do momento que vive a CONTAG em decorrência de seus 50 anos (que serão completados em dezembro) enquanto organização camponesa no Brasil. A entidade enfrenta inúmeros desafios do ponto de vista da existência de um campo com sustentabilidade, entre os quais ela considera a reforma agrária fundamental para entrar no debate.
Para ela, todos esses fatores só aumentam a responsabilidade da organização, que tem contribuído de forma significativa para os trabalhadores(as) rurais. Ao mesmo tempo, a conjuntura se modifica, o capital se reordena, se reorganiza e assume dinâmicas distintas. “A CONTAG precisa repensar o contexto de suas ações e suas práticas, o que precisa ser focado e priorizado para esse processo de enfrentamento com o capital para construir um projeto alternativo”, justifica.
De acordo com Socorro, falar de recursos naturais é tratar da crise ambiental, da soberania territorial, do fortalecimento da agricultura familiar e, mais do que isso, é pensar a organização da produção. “A soberania alimentar é o desafio do mundo. Existem 49 milhões de pessoas passando fome no mundo. Então, a crise de alimentos existe no cenário nacional e internacional”, explicou.
A convivência com os biomas foi outro ponto abordado pela professora. É preciso pensar nas mudanças climáticas que estão acontecendo no Brasil e no mundo. As cheias na região Norte são igualmente preocupantes e leva a pensar em estratégias de convivência com os biomas.
Quanto a pontos internos do MSTTR, Socorro falou sobre a organicidade e representatividade em decorrência da diversidade de sujeitos existentes e da legislação vigente. Segundo ela, o movimento sindical precisa sair na frente em termos de proposição.
O secretário de Formação e Organização Sindical da CONTAG, Juraci Souto, que coordenou os trabalhos desta conferência, pensa que é importante reconhecer que o cenário de hoje obriga o MSTTR a realizar uma reflexão profunda da trajetória percorrida ao longo destes 50 anos. “A CONTAG é a única entidade na América Latina que tem em seu formato uma diversidade de grupos, de pessoas e de segmentos em toda sua base”, disse Juraci. FONTE: Assessoria de Imprensa da FETAG-RS - Luiz Fernando Boaz